Agosto começa com os corações e mentes dos brasileiros voltados para a Praça dos Três Poderes, em Brasília; especificamente, para o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). Lá, 11 ministros da maior corte de Justiça do país começam a julgar o maior processo político já realizado no Brasil, em tempos democráticos e de plena liberdade política – o chamado Mensalão do PT, o pai de todos os mensalões.
Usando dinheiro público, o governo Lula e o PT montaram um esquema de pagamento a parlamentares do partido e de outras agremiações para garantir apoio aos seus projetos no Congresso Nacional. Pagou-se a partidos pelo apoio político.
E o PT fez mais: desviou dinheiro público da ordem de 140 milhões de reais para financiar centenas de candidaturas petistas nos estados e no Distrito Federal, o chamado Caixa 2. Foi assim que o PT cresceu sua representação nas prefeituras, nas câmaras de vereadores, nos governos estaduais e no Congresso Nacional.
O PT aumentou seu espaço político assim, dessa maneira. Com dinheiro sujo, roubado do povo e usado ilegalmente para financiar campanhas políticas, além de eventualmente enriquecer um ou outro dirigente. Como nunca se vira antes na história desse país, o governo Lula institucionalizou o Caixa 2 com dinheiro público, numa desavergonhada e nefasta ação política que desmoralizou o PT, desacreditando ainda mais a atividade política junto à população.
Mas, agora é a hora da verdade. A hora de caírem todas as máscaras. A hora de desmascarar as mentiras, os devaneios dos acusados e dos envolvidos, como o ex-presidente Lula, que primeiro se disse “traído” e depois passou a acusar a imprensa e a elite brasileiras de “inventar” o mensalão.
Como se não houvesse provas como o dinheiro na cueca, os vídeos, os extratos bancários, os empréstimos fraudulentos, as confissões de alguns dos acusados, tudo minuciosamente amealhado na acusação de “formação de quadrilha” da Procuradoria Geral da República que atingiu toda a cúpula do PT na época.
Mas, como eles não desistem, como a mentira é prática política permanente deles, nos dias de hoje tentam usar a CPMI do Cachoeira, no Congresso Nacional, para desviar a atenção da opinião pública para o julgamento do Mensalão do PT. É assim que agia e que age a “organização criminosa” denunciada pela Procuradoria Geral da República.
Tenta-se inverter os papeis, criando situações artificiais para envolver esse ou aquele político de oposição, numa escandalosa manipulação de um instrumento institucional como é a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. Nela, protegem-se os amigos de hoje e tentam-se condenar os adversários de sempre, que sempre os derrotaram nas urnas estaduais. É a partidarização e o aparelhamento dos instrumentos do Estado, prática condenável e tão comum ao PT.
Mas, todas essas manobras e outras, como a tentativa de postergar o julgamento, não impedirão a justa condenação que eles merecem na suprema Corte do país, por todos os indícios, provas e depoimentos coletados e inseridos nos autos do processo. Um mártir norte-americano define muito bem essa iniciativa petista de tentar esconder o “mal feito”, de tentar manipular a mídia e a opinião pública com uma frase definitiva para esses casos: “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar a todas por todo o tempo.” A frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, é emblemática e resume todo o sentimento da nação brasileira no caso do mensalão do PT que envergonhou a todos nós.
O STF é a esperança, é a certeza de que eles não continuarão enganando o povo brasileiro como fizeram e fazem até os dias de hoje. É a reafirmação da Justiça brasileira. O papel dos 11 ministros remonta a outro histórico momento da humanidade, à outra frase história de um líder inglês, Winston Churchil, sobre os pilotos que defenderam os céus britânicos dos ataques da aviação nazista, em maior número e em melhores aeronaves. “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”, disse o primeiro ministro inglês.
O julgamento do mensalão do PT é a nossa batalha pela manutenção de nossa incipiente democracia. É a batalha dos homens e mulheres de bem pela verdade. É a batalha da verdade, da fé na Justiça, a batalha a favor da verdadeira democracia, do respeito ao dinheiro público, da luta contra a tentativa de se apoderar do aparelho do Estado.
Em agosto, simbolicamente, os 11 ministros do STF serão aqueles bravos homens que diante do autoritarismo, da falsa propaganda nazista de Joseph Goebbels, das mentiras de Adolf Hitler resistiram e garantiram a integridade e a democracia de um povo. Se, por acaso, em algum momento do julgamento, algum dos 38 indiciados for inocentado, o mal que isso representará para a nação brasileira será irreparável e devastador. Porque, daí em diante, tudo será permitido e o país pagará um preço caríssimo em seus valores transcendentais como povo. Mas, isso não acontecerá. O STF é, neste momento crucial da história brasileira, o Guardião da Democracia. E não faltará à História do Brasil. Thelma de Oliveira
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