Medida é permitida desde 2016 pelo estado e é alternativa além da eutanásia.
Manejo reprodutivo pode zerar risco de febre maculosa.
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Animais passam por procedimentos em São Paulo — Foto: Arquivo pessoal
O controle na reprodução de capivaras foi a estratégia adotada por alguns condomínios da
região de Sorocaba (SP) contra o risco de transmissão da febre maculosa.
Com isso, os animais estão passando por laqueadura ou vasectomia.
Até julho de 2019, segundo a Secretaria de Saúde, São Paulo registrou 16 casos
confirmados da doença causada por bactérias do gênero Rickettsia.
De acordo com a infectologista Naihma Salum Fontana, a transmissão para pessoas
ocorre pela picada do carrapato infectado pela bactéria.
"Quando a bactéria cai na circulação, ela lesa a camada interna dos vasos.
Os primeiros sintomas aparecem de dois a 14 dias depois da picada", explica.
No início do ciclo, o carrapato infectado pica a capivara e transmite a bactéria.
Ela se torna o hospedeiro e contamina os outros carrapatos, que podem passar a doença
para humanos.
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Manejo reprodutivo
A capivara vive às margens de rios e lagoas, geralmente onde tem vegetação no entorno, segundo o biólogo Nelson Rodrigues da Silva. Nascem em média de cinco filhotes em uma gestação.
Ainda segundo o biólogo, a capivara é considerada o maior roedor herbívoro do mundo e pode pesar até 70 quilos. A dieta dela é baseada em capins e ervas.Conforme a Secretaria de Meio Ambiente (SMA) do estado, os procedimentos cirúrgicos em capivaras passaram a ser adotados a partir de 2016. A medida é outra alternativa além da eutanásia nos animais. Uma ação em junho deste ano com dezenas de capivaras abatidas causou polêmica em um condomínio de Itatiba. Um morador do local morreu por febre maculosa.
Ainda segundo o biólogo, a capivara é considerada o maior roedor herbívoro do mundo e pode pesar até 70 quilos. A dieta dela é baseada em capins e ervas.Conforme a Secretaria de Meio Ambiente (SMA) do estado, os procedimentos cirúrgicos em capivaras passaram a ser adotados a partir de 2016. A medida é outra alternativa além da eutanásia nos animais. Uma ação em junho deste ano com dezenas de capivaras abatidas causou polêmica em um condomínio de Itatiba. Um morador do local morreu por febre maculosa.
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Capivaras foram abatidas em Itatiba — Foto: Divulgação
O manejo dos animais depende da avaliação da área quanto ao risco de transmissão da
doença. O procedimento é determinado pela Secretaria Estadual de Saúde (SUCEN).
Segundo a SMA, a ação deve ser executada por profissionais habilitados, como
um médico veterinário, com autorização pelo órgão ambiental, que no caso seria o
Departamento de Fauna, da Secretaria da Infraestrutura e Meio Ambiente.
um médico veterinário, com autorização pelo órgão ambiental, que no caso seria o
Departamento de Fauna, da Secretaria da Infraestrutura e Meio Ambiente.
Não há empresas cadastradas para o serviço.
Os processos são abertos em nome do empreendimento interessado, responsável
por contratar um profissional habilitado.
Os processos são abertos em nome do empreendimento interessado, responsável
por contratar um profissional habilitado.
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Prevenção
As capivaras, contudo, podem ser hospedeiras da bactéria que causa a doença por um
período de até 15 dias, podendo infectar carrapatos, de acordo com a veterinária Fernanda
Batistela Passos Nunes. Ela é responsável pelo manejo reprodutivo em seis áreas no estado.
A equipe da veterinária trabalha em dois condomínios em Itu, um em Tatuí, Cajamar, Vinhedo
e Porto Feliz.
"Após esse período [de 15 dias], os animais desenvolvem uma resposta imune humoral à
bactéria. No entanto, novas capivaras nascidas no grupo ou introduzidas no ambiente são
suscetíveis à bactéria, que pode continuar com o ciclo da doença", diz.
A veterinária explica que é coletado sangue dos animais, que são colocados em baias.
Ao todo, são 17 meses meses para zerar o risco de contaminação no local.
O G1 conversou com um dos condomínios, mas o responsável não quis gravar entrevista.
No entanto, ele comentou que o empreendimento preferiu adotar a medida e não aderir a
eutanásia.
Febre maculosa
Em julho de 2018, um laudo laboratorial confirmou que a estudante Laura Bertajoni Vicente,
de 15 anos, morreu por febre maculosa.
A informação foi divulgada ao G1 pela Prefeitura de Salto.
A doença já constava como causa da morte da menina no atestado de óbito.
O documento detalha também que a paciente teve choque séptico.
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A adolescente morreu no dia 29 de julho, nove dias após sentir os primeiros sintomas
da doença transmitida pelo carrapato-estrela.
Laura chegou a ser internada em um hospital de Campinas, mas a doença se agravou.
No dia 24 de julho, quando já estava internada, a garota completou 15 anos.
"O tratamento é feito com antibióticos. A cura e a eficácia do tratamento é diretamente
proporcional a rapidez do diagnóstico e introdução precoce de antibiótico eficaz.
Os antibióticos que geralmente tratam doenças pulmonares, urinárias e Infecções de
pele não tratam essa doença", detalha a infectologista Naihma Salum Fontana.
Entre os sintomas de febre maculosa estão dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite e
desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas, que crescem e tornam-se
salientes.
Fonte: Matéria do G1
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