segunda-feira, 5 de outubro de 2009

BRASIL SÓ É MENOS DESIGUAL QUE HAITI E BOTSUANA

As contas são da ONU e são assustadoras. A desigualdade social ainda é o grande desafio brasileiro. Com todo o esforço de inclusão que se fez no país nos últimos anos, ainda há um abismo inaceitável entre os brasileiros. Os 10% mais ricos se apropriam de 43% da riqueza nacional. No outro extremo, os dez por cento mais pobres ficam com apenas 1%!
Para se ter uma idéia do que isso significa, veja o índice da Noruega, país número um no mundo para se viver, segundo a ONU: os 10% mais ricos detém 23% da riqueza. A parcela correspondente da população mais pobre tem 4%.
Os dados espantam porque no intervalo de cinco anos (de 2003 a 2008) nada menos que 31 milhões de brasileiros subiram de classe social. Destes, quase 20 milhões deixaram a classe mais pobre, a “E”, que tem renda inferior a R$768,00. E também ascenderam na escala social, deixando a classe “D”, que tem renda até R$1.114,00, outros 1,5 milhão de cidadãos.
Neste período, 43% dos realmente pobres deixaram de ser pobres – segundo classificação em estudo Fundação Getúlio Vargas, com base em dados do IBGE.
Ainda assim, o Brasil ficou estático na posição de número 75 no hanking dos 182 países analisados pelas Nações Unidas. Estes países são comparados entre si, observando-se três aspectos: saúde, educação e renda per capita. O IDH brasileiro está em 0,813. O da Noruega, 0,971. Olhando assim os números, não parece nada. Olhando para nossos hospitais, escolas e para a condição de vida do povo, vê-se que é um abismo.
Para completar, entre os “brics” – o grupo de emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia e China – o Brasil acaba de perder a liderança para a Rússia, que está na posição 71 no hanking de desenvolvimento humano.
Pergunta aos navegantes de 2010: deu para entender o tamanho do dever de casa?
05/10/2009 Blog da Christina Lemos

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