O grupo paranaense Hübner está em negociação com três Estados para a instalação de quatro fábricas, voltadas à produção de autopeças e implementos rodoviários. Em duas delas, terá como parceiras empresas europeias, uma para fazer carretas em alumínio e outra para um nicho específico, ainda não revelado. A intenção é definir local, valor do investimento e financiamento no prazo de 60 dias. O cronograma prevê o início da construção no segundo semestre e inauguração no começo de 2013.
Pelo plano em andamento, todas as quatro fábricas deverão ficar no mesmo endereço e vão gerar 900 empregos. Uma será para a produção de conjuntos e subconjuntos metálicos para a indústria de automóveis. Outra será uma filial da Rodo Linea, uma das empresas do grupo, que atualmente tem capacidade para produzir 300 carretas por mês e, com a nova estrutura, poderá ampliar o volume para 900 implementos rodoviários. Para entrar no mercado de carretas de alumínio, a parceira será a italiana Menci, e o objetivo é fazer mensalmente 100 unidades. O Paraná é um dos Estados que pode ser escolhido para o projeto. A expectativa é de que o terreno tenha 1 milhão de metros quadrados.
Fundado há 30 anos, o Hübner conta com 1,4 mil empregados e faturou R$ 316 milhões em 2010, 95% mais que os R$ 162 milhões registrados em 2009 – ano em que enfrentou queda de 39% na receita. Para 2011, o objetivo é obter crescimento de 20%. Há dois anos, passou por uma reestruturação que resultou na criação de um conselho de administração e a troca de comando. O fundador, Nelson Hübner, passou a presidir o conselho e a diretoria executiva foi assumida por Nelson Hübner Júnior, engenheiro mecânico que tem 29 anos de idade e vai tocar um dos maiores investimentos do grupo.
“Estamos nos preparando para o futuro”, diz Hübner Júnior, que quer transformá-la de empresa limitada em sociedade anônima e deixá-la pronta para o lançamento de ações no mercado no prazo de três a quatro anos. “Em 2014, vamos avaliar se vai ser uma boa opção”, explica. O conselho possui três membros da família e dois externos. Em outra frente, o empresário montou uma estrutura técnica e comercial na China, no começo do ano, para conhecer a estrutura local e desenvolver fornecedores. Ele não descarta a possibilidade de produzir naquele país.
Atualmente o grupo tem duas fundições de ferro em Ponta Grossa (PR), uma unidade de usinagem e uma fábrica de implementos rodoviários em Araucária (PR), uma fundição de alumínio em Blumenau (SC), uma fábrica de industrialização de biomassa em Jaguariaíva (PR) e uma siderúrgica em São Gonçalo do Pará (MG), que está desativada desde abril do ano passado. A companhia atende montadoras, transportadoras e o mercado de reposição.
Recentemente, Nelson Hübner, que é vice-presidente do sindicato patronal dos metalúrgicos (Sindimetal-PR), comentou que as empresas brasileiras estão sendo assediadas para parcerias com estrangeiras que buscam novos mercados e afirmou que 2011 seria o ano da internacionalização. O grupo também é exportador, mas a participação das vendas externas no faturamento tem caído. Já chegou a representar 18% em 2006 e, em 2010, ficou em apenas 5%
Fonte: Valor Economico
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