quinta-feira, 1 de julho de 2010

Entrevista com Alvaro Dias, senador (PSDB-PR).

Qual foi a explicação dada ao senhor para essa mudança na escolha do vice?


A explicação do PSDB é que houve um empenho dos democratas. Mas o argumento utilizado como decisivo foi o fim da unidade no Paraná. Havia a perspectiva de uma votação histórica no estado para o Serra. Quando anunciou-se que essa unidade estava desfeita, o DEM ganhou força e expôs o argumento de que nesse caso deveria prevalecer o que é histórico, a participação deles na chapa, como já havia ocorrido duas vezes com o Fernando Henrique e uma vez com Geraldo Alckmin.

Então o fator decisivo para que o senhor não fosse candidato a vice-presidente foi o anúncio da candidatura do Osmar a governador do Paraná?

Exato. Mesmo após a candidatura dele, ainda houve uma tentativa de manutenção do meu nome. Mas a partir daí os argumentos se fragilizaram. O DEM passou a utilizar, ao contrário, o argumento que antes era favorável a mim. Diante disso, o próprio Serra resolveu acolher as ponderações dos democratas. Ele próprio me comunicou dessa forma, de que não tinha mais como aceitar os argumentos deles.

Osmar disse que não teria como não apoiar a sua candidatura a vice. Qual justificativa ele apresentou para o senhor para essa mudança de posição?

Eu não fui comunicado da candidatura dele. Fiquei sabendo da candidatura do Osmar pela imprensa.

E como o senhor se sente de saber disso pela imprensa?

Eu acho que é um direito dele. Eu sempre disse isso a ele, que o projeto dele não implicava uma exigência da minha parte e que eu não comprometeria ou colocaria obstáculo no que ele desejasse fazer. Mesmo que eu fosse prejudicado, sempre disse que não haveria ressentimento.

O senhor se sente prejudicado?

Eu acho que não há razão para me sentir prejudicado. Eu continuo partici­pando do processo político, prestigiado pelo meu partido como nunca fui.

Vai apoiar Osmar na campanha para governador?

É claro que eu vou apoiar o Serra. Eu provavelmente não possa participar da campanha para governador do Paraná. Essa é uma questão ainda a ser analisada. Por um lado eu tenho um irmão e do outro tenho meu partido. Tenho que avaliar como proceder. Neste momento, a poeira ainda não assentou. (AG)

Entrevista: Gazeta do Povo

Um comentário:

Antonio disse...

Pois é, já imaginava q fosse essa posição, no fundo realmente prevalecem os laços familiares. Já houve um desentendimento quando foi lançado Richa ao governo - então é óbvio q irá acompanhar o irmão. Um detalhe, como é q o irmão vai defender hj a posição do PT, do MST, e o pp Requião (eram arquiinimigos)(sic). A polítia tem o dom de reunir, unir e esquecer certas traições. Já aconteceu no passado, quando Álvaro governador, comprometeu-se a apoiar Maurício Fruet e no último momento apoiou seu hj inimigo (sic) Roberto Requião. A política tem algo de muito extranho realmente tem a força do inexplicável e injustificável.