sábado, 2 de abril de 2011

Descaso com a saúde pública: Mãe assiste à filha morrer por falta de vaga em CTI infantil no Pará

Na maior emergência do Pará, não há pediatra na enfermaria infantil. Começa, então, uma mobilização para improvisar UTI para Ruth. Mas a menina morreu minutos após ser levada para o leito improvisado.
Todos os dias, doentes em busca de ajuda enfrentam jornadas inacreditáveis.
O Globo Repórter desta sexta-feira (1) mostrou a situação caótica da  saúde pública do país, e revela a dramática rotina dos hospitais e postos de saúde e o pedido de socorro de brasileiros que se sentem abandonados.

Alguns querem esconder a realidade, mas boa parte da população quer denunciar.
Quem sofre um acidente, quem está passando mal, tem pressa. Quem está doente, precisa de cuidados. E cerca de 80% dos brasileiros nessas situações só podem contar com o SUS. Por isso, a rapidez e a qualidade da saúde pública no Brasil podem fazer a diferença entre o alívio e o sofrimento, entre a vida e a morte. Podem também revelar de maneira dramática as grandes diferenças que ainda existem entre os mais ricos e os mais pobres.

Salvaterra é uma pequena cidade da Ilha do Marajó, no Pará. Em janeiro, o cemitério local ganhou mais uma sepultura, e na casa pobre ficou o vazio da caçula que Márcia perdeu para a doença e a falta de recursos.

O Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, conhecido como PS da 14, é a maior emergência do Pará. Atende cerca de 120 mil pessoas por ano. Ao passar da recepção onde a aparência é de organização, encontramos o caos. Seja qual for a doença ou o problema, todos dividem o sofrimento dos corredores lotados, da falta de um mínimo de conforto.

Globo Reporter
Graziela Azevedo

Belém e São Paulo

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