Em uma votação apertada, o vereador Aliel Machado Bark (PCdoB), de 23 anos, foi eleito presidente da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa (Campos Gerais) em sessão especial realizada na tarde desta quinta-feira (3). Ele integra o bloco de oposição ao prefeito Marcelo Rangel (PPS). Sem a presença da vereadora oposicionista Ana Maria Branco de Holleben (PT), presa sob acusação de ter simulado o próprio sequestro, havia 11 vereadores da base do prefeito e outros 11 da oposição em plenário. Também foram eleitos mais quatro membros da Mesa Diretora.
A eleição para presidente começou confusa. Dois candidatos eram da oposição, Paulo Cenoura (PSC) e Aliel; e outros dois da base aliada do prefeito, Alysson Zampieri (PPS) e Júlio Küller (PSD). Zampieri recebeu dez votos da situação e um do vereador Pastor Luiz Bertoldo (oposição). Com mais um voto, ele venceria sem segundo turno. Porém, o vereador Valtão (DEM) votou em Júlio Küller. O restante da oposição – 10 vereadores – ficou dividida entre Aliel e Cenoura. Como Zampieri não conquistou o mínimo para se eleger no primeiro turno da eleição da Mesa (12 votos), a questão passou para o segundo turno, realizado imediatamente depois.
Nesta segunda fase, todos os vereadores de situação, inclusive Valtão, votaram em Zampieri, enquanto todos os da oposição escolheram Aliel Machado. Com o empate por 11 a 11, Aliel foi eleito por ter feito mais votos (3.731) na eleição de outubro do que Zampieri (2.190).
Logo em seguida, o eleito festejou a vitória no plenário. Em suas primeiras palavras como presidente da Câmara, ele ressaltou que uma das prioridades é resgatar a boa imagem do Legislativo municipal junto à população. “As pessoas esperavam que um vereador novo e diferente assumisse a Presidência. A responsabilidade é tremenda e a Câmara precisa da união dos 23 vereadores para poder avançar nas questões importantes de Ponta Grossa”, afirmou.
Além dele, o vereador oposicionista Pastor Luiz Bertoldo foi eleito para a 2ª Secretaria. Mesmo sem conquistar o cargo mais cobiçado, os vereadores da situação conseguiram três cargos na Mesa: George Luiz de Oliveira (PMN), vereador mais votado em outubro, assume a Vice-Presidência; Valtão é o 1º secretário; e Daniel Milla (PSDB), o 3º secretário. “A Mesa está equilibrada, mas, independentemente de sermos situação ou oposição, temos que ser bons vereadores e fazer um trabalho em equipe”, salientou Milla.
Caso Ana Maria
Sobre o caso da vereadora que teria, segundo a Polícia Civil, forjado o próprio sequestro, Aliel apenas afirmou que a Câmara não deve tomar nenhuma atitude antes de conhecer os autos do processo contra Ana Maria e de ouvi-la. Na terça-feira (1º), quando deveria ter acontecido a eleição da Mesa, a vereadora do PT não compareceu ao plenário. A informação era de que ela havia sido sequestrada. Chegou a ser realizada uma outra sessão nesta quarta-feira (2) mas, nas duas, apenas os vereadores da base foram ao plenário, enquanto os da oposição ficaram fechados numa sala aguardando notícias da vereadora, até então, dada como desaparecida. Com apenas 11 no plenário, a situação não pôde fazer a eleição porque precisariam de pelo menos mais um vereador presente (maioria simples de 12 em um universo de 23).
Nesta quinta-feira (3), já cientes da acusação de que Ana Maria teria forjado o seu próprio sequestro, os 22 vereadores – exceto ela – optaram por realizar a eleição da Mesa. “O fato de não termos [oposição] votado nas duas primeira sessões não foi tática para vencer a eleição. Nós estávamos preocupados com a situação da vereadora. Mesmo que não tenha sido um sequestro, não significa que não teve algum fator determinante para isso”, disse Aliel.
Fonte: Gazeta do Povo
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