sábado, 12 de novembro de 2011

Memória: Estação Ferroviária de Jaguariaíva

JAGUARIAÍVA 
Município de Jaguariaíva, PR
linha Itararé-Uruguai - km 97,929 (1935)PR-0053
Inauguração: 19.10.1905
Uso atual: Prefeitura Municipalcom trilhos
Data de construção do prédio atual: 12.09.1936
HISTORICO DA LINHA: A linha Itararé-Uruguai, a linha tronco da RVPSC, teve a sua construção iniciada em 1896 e o seu primeiro trecho aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças, entroncando-se em Ponta Grossa com a E. F. Paraná. Em 1909 já se entroncava em Itararé, seu quilômetro zero, em São Paulo, com o ramal de Itararé, da Sorocabana. Ao sul, atingiu União da Vitória em 1905 e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, divisa com Santa Catarina, em 1910. Trens de passageiros, inclusive o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, este entre 1943 e 1954, passaram anos por sua linha. Os últimos trens de passageiros, já trens mistos, passaram na região de Ponta Grossa em 1983. Em 1994, o trecho Itararé-Jaguariaíva foi erradicado. Em 1995, o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União também o foi. O trecho Porto União-Marcelino Ramos somente é utilizado hoje eventualmente por trens turísticos de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. O trecho Jaguariaíva-Eng. Gutierrez ainda tem movimento de cargueiros da ALL.
A ESTAÇÃO: A estação de Jaguariaíva, antigo pouso de tropeiros, foi inaugurada em 1905, permanecendo como ponta de linha por mais de dois anos e meio, quando foi aberta a estação de Fábio Rego, no caminho para Itararé. A partir de 1919, passou a ser ponto de saída do ramal do Paranapanema, ramal este que somente aringiu o rio, na divisa com São Paulo, em 1937, chegando até Ourinhos. Em 1920, à frente da estação foi entregue o prédio do Frigorífico Matarazzo, com um desvio para ele, onde recebia suínos e bois, exportando carne em vagões frigoríficos dali para São Paulo e Curitiba. Em 12/09/1936, foi entregue a nova estação, substituindo a velha, de madeira: a nova era muito maior, mais confortável e com um imenso restaurante, entre outros cômodos. Na estação existia um depósito de locomotivas e uma caixa d'água, além de uma oficina e de diversos edifícios para funcionários; fora a caixa d'água, nada disso restou, separadao hoje do pátio por uma rua; ainda há restos do velho desvio desativado que servia essa área. A linha para Itararé foi retirada em 1993; apenas o trecho que chegava até a PISA (fábrica de papel e celulose instalada nos anos 1980) foi mantido, mas há anos está abandonado, exatamente porque o papel seguia pelo ramal de Itararé, da antiga Sorocabana, e, com a retirada deste e do trecho até ele, a fábrica não se interessou em mandar mais por ferrovia, pois precisaria dar uma volta muito grande para mandar para seus clientes em São Paulo. Parte do trecho para a PISA teve trilhos roubados. Em 1981,
ACIMA: Pátio de Jaguariaíva em 1/11/1992 (Foto Carlos R. Almeida). ABAIXO: A estação, seu enorme pátio e a antiga Matarazzo à frente, supostamente em 1999. (Memórias do Frigorífico da IRFM, Ângela Brandão, 2000).
a Matarazzo, que não era mais frigorífico desde 1964, mas sim uma tecelagem, fechou; o prédio foi vendido para a Caniê, que fechou em 1995. Esse prédio, em 1999, foi comprado pela Prefeitura. Por volta de 1990, a linha que seguia até Itararé foi desativada, pois já desde 1975 funcionava a variante de Pinhalzinho, que liga ItapevaPonta Grossa passando a leste da linha original. Os trilhos foram retirados neste época, e hoje a estação de Jaguariaíva, está ao lado dos trilhos: tanto eles (desde 2001) como a estação (desde os anos 1990) perderam sua função. Por anos, a Secretaria Municipal da Educação e o Sindicato dos Ferroviários ocuparam a estação, este numa sala lateral. Atualmente (2006), depois de restaurar totalmente o prédio, a Prefeitura passou a ter sua sede na antiga estação. (Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Argemiro Augusto Ludwig, 2005; José Luiz Paz Souza, 2006; Rodrigo Cunha; Augustinho Fajar; Gazeta do Povo; Ângela Brandão: Memórias do Frigorífico da IRFM, 2000; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; RVPSC: Horário dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; RVPSC: Relatórios anuais, 1933-60)

Supostamente, chegada do primeiro trem de Itararé em 1908... Autor desconhecido, acervo Gazeta do Povo

Estação original de Jaguariaíva, em 1935, às vésperas de ser desativada. Relatórios RVPSC

Estação nova de Jaguariaíva, em 1935, em final de obras. Relatórios RVPSC

Estação nova de Jaguariaíva, em 1935, em final de obras. Relatórios RVPSC

A inauguração da estação, em 1935. Acervo Augustinho Argemiro Ludwig

A banda toca na plataforma, na inauguração da estação, em 1935. Acervo Augustinho Argemiro Ludwig

Restaurante da estação, em 1937. Relatórios RVPSC

Sala de espera da estação, em 1937. Relatórios RVPSC

Estação nova de Jaguariaíva, em 1937. Relatórios RVPSC

A plataforma da estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha

A estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha

Placa da estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha

Armazém da estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha

A estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha

A plataforma da estação em 24/09/2002. Foto Ralph Mennucci Giesbrecht.

Fachada da estação em 24/09/2002. Foto Ralph Mennucci Giesbrecht.

A estação restaurada em 03/2006. Foto Augustinho Fajar

A estação em 8/10/2006. Foto Ralph M. Giesbrecht
http://www.estacoesferroviarias.com.br

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