HISTORICO DA LINHA: A linha Itararé-Uruguai, a linha tronco da RVPSC, teve a sua construção iniciada em 1896 e o seu primeiro trecho aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças, entroncando-se em Ponta Grossa com a E. F. Paraná. Em 1909 já se entroncava em Itararé, seu quilômetro zero, em São Paulo, com o ramal de Itararé, da Sorocabana. Ao sul, atingiu União da Vitória em 1905 e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, divisa com Santa Catarina, em 1910. Trens de passageiros, inclusive o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, este entre 1943 e 1954, passaram anos por sua linha. Os últimos trens de passageiros, já trens mistos, passaram na região de Ponta Grossa em 1983. Em 1994, o trecho Itararé-Jaguariaíva foi erradicado. Em 1995, o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União também o foi. O trecho Porto União-Marcelino Ramos somente é utilizado hoje eventualmente por trens turísticos de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. O trecho Jaguariaíva-Eng. Gutierrez ainda tem movimento de cargueiros da ALL. |
A ESTAÇÃO: A estação de Jaguariaíva, antigo pouso de tropeiros, foi inaugurada em 1905, permanecendo como ponta de linha por mais de dois anos e meio, quando foi aberta a estação de Fábio Rego, no caminho para Itararé. A partir de 1919, passou a ser ponto de saída do ramal do Paranapanema, ramal este que somente aringiu o rio, na divisa com São Paulo, em 1937, chegando até Ourinhos. Em 1920, à frente da estação foi entregue o prédio do Frigorífico Matarazzo, com um desvio para ele, onde recebia suínos e bois, exportando carne em vagões frigoríficos dali para São Paulo e Curitiba. Em 12/09/1936, foi entregue a nova estação, substituindo a velha, de madeira: a nova era muito maior, mais confortável e com um imenso restaurante, entre outros cômodos. Na estação existia um depósito de locomotivas e uma caixa d'água, além de uma oficina e de diversos edifícios para funcionários; fora a caixa d'água, nada disso restou, separadao hoje do pátio por uma rua; ainda há restos do velho desvio desativado que servia essa área. A linha para Itararé foi retirada em 1993; apenas o trecho que chegava até a PISA (fábrica de papel e celulose instalada nos anos 1980) foi mantido, mas há anos está abandonado, exatamente porque o papel seguia pelo ramal de Itararé, da antiga Sorocabana, e, com a retirada deste e do trecho até ele, a fábrica não se interessou em mandar mais por ferrovia, pois precisaria dar uma volta muito grande para mandar para seus clientes em São Paulo. Parte do trecho para a PISA teve trilhos roubados. Em 1981,
ACIMA: Pátio de Jaguariaíva em 1/11/1992 (Foto Carlos R. Almeida). ABAIXO: A estação, seu enorme pátio e a antiga Matarazzo à frente, supostamente em 1999. (Memórias do Frigorífico da IRFM, Ângela Brandão, 2000).
a Matarazzo, que não era mais frigorífico desde 1964, mas sim uma tecelagem, fechou; o prédio foi vendido para a Caniê, que fechou em 1995. Esse prédio, em 1999, foi comprado pela Prefeitura. Por volta de 1990, a linha que seguia até Itararé foi desativada, pois já desde 1975 funcionava a variante de Pinhalzinho, que liga Itapevaa Ponta Grossa passando a leste da linha original. Os trilhos foram retirados neste época, e hoje a estação de Jaguariaíva, está ao lado dos trilhos: tanto eles (desde 2001) como a estação (desde os anos 1990) perderam sua função. Por anos, a Secretaria Municipal da Educação e o Sindicato dos Ferroviários ocuparam a estação, este numa sala lateral. Atualmente (2006), depois de restaurar totalmente o prédio, a Prefeitura passou a ter sua sede na antiga estação. (Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Argemiro Augusto Ludwig, 2005; José Luiz Paz Souza, 2006; Rodrigo Cunha; Augustinho Fajar; Gazeta do Povo; Ângela Brandão: Memórias do Frigorífico da IRFM, 2000; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; RVPSC: Horário dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; RVPSC: Relatórios anuais, 1933-60) |
Supostamente, chegada do primeiro trem de Itararé em 1908... Autor desconhecido, acervo Gazeta do Povo |
Estação original de Jaguariaíva, em 1935, às vésperas de ser desativada. Relatórios RVPSC |
Estação nova de Jaguariaíva, em 1935, em final de obras. Relatórios RVPSC |
Estação nova de Jaguariaíva, em 1935, em final de obras. Relatórios RVPSC |
A inauguração da estação, em 1935. Acervo Augustinho Argemiro Ludwig |
A banda toca na plataforma, na inauguração da estação, em 1935. Acervo Augustinho Argemiro Ludwig |
Restaurante da estação, em 1937. Relatórios RVPSC |
Sala de espera da estação, em 1937. Relatórios RVPSC |
Estação nova de Jaguariaíva, em 1937. Relatórios RVPSC |
A plataforma da estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha |
A estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha |
Placa da estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha |
Armazém da estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha |
A estação, em 05/1999. Foto Rodrigo Cunha |
A plataforma da estação em 24/09/2002. Foto Ralph Mennucci Giesbrecht. |
Fachada da estação em 24/09/2002. Foto Ralph Mennucci Giesbrecht. |
A estação restaurada em 03/2006. Foto Augustinho Fajar |
A estação em 8/10/2006. Foto Ralph M. Giesbrecht |
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