domingo, 16 de janeiro de 2011

Pacientes do HC com câncer não estão recebendo medicação

A caixa custa R$ 12 mil.


Pacientes do Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que fazem tratamento contra câncer, estão desde quarta-feira da semana passada sem receber o medicamento de uso controlado Glivec 400mg. A medicação é vital, pois controla o crescimento das células cancerígenas no corpo. A falta preocupa a família de Levito Piovezan, 47 anos, que não tem condições de comprar o remédio no sistema particular. A caixa de Glivec com 30 unidades custa cerca de R$ 12 mil.

Dafini Piovezan, filha de Levito, conta que a preocupação começou na semana passada, quando a família foi ao HC buscar o remédio para esse mês. “Mensalmente pegamos uma caixa com 30 comprimidos, que dá exatamente para um mês. Dessa vez, porém, fomos buscar e não tinha. O pessoal do hospital não soube nos informar a razão dessa falta”, relata. De acordo com ela, os profissionais não deram, inclusive, previsão de quando o medicamento chegaria. “Trata-se de um remédio controlado e que não pode falhar. Ele já está há três dias sem tomar”, ressalta Dafini.

Residentes e médicos do próprio hospital recomendaram atenção à família sobre a importância da continuidade do medicamento. “Os médicos falaram que não poderíamos interromper o tratamento. Estamos lidando com um remédio que meu pai vai ter que tomar a vida toda, sem falhar um dia sequer. É um sentimento horrível saber que ele não está tomando”, diz.

De novo


Essa não é a primeira vez que pacientes que fazem tratamento com Glivec no HC sofrem pela falta do medicamento. Em setembro do ano passado o HC informou que houve um atraso no pregão nacional feito pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento, do Ministério da Educação. Além desse, em maio de 2007, o déficit no pagamento do medicamento quase deixou permanentemente os pacientes do HC sem o Glivec. O problema foi solucionado posteriormente pelo Ministério da Saúde.

Repasses

Questionado, o HC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que, por se tratar de um hospital público federal, a administração está esperando o governo federal liberar os recursos do orçamento para 2011, para então comprar os remédios. Segundo o HC, são gastos, mensalmente, R$ 300 mil para compra dos remédios para 120 pacientes que fazem esse tratamento. Se o problema se prolongar, o hospital afirmou que irá tomar providências para que os pacientes não fiquem sem o remédio.

Paraná Online

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