Mais uma vez, assistimos pela TV os frutos de uma política de segurança equivocada em plena manifestação.
A invasão da Vila Cruzeiro, bunker do tráfico na Zona Norte do Rio, foi uma das medidas mais acertadas já tomadas pela polícia carioca. O emprego de blindados militares, plenamente capazes de vencer as táticas de guerrilha empregadas pelos traficantes e o armamento por eles utilizado, também ajudou (foi fundamental na verdade) a coroar de êxito o assalto à fortaleza do crime sem uma única baixa.
Contudo, a visão equivocada do governador se fez prevalecer mais uma vez e descortinou-se nas telas da TV, para quem quisesse ver, como é errada a estratégia empregada.
Os mesmos criminosos que no dia anterior bradavam pelos rádios “UPP É O CARAL**”, enfiaram o rabo entre as pernas e fugiram como baratas, atravessando a mata no topo do morro, rumo ao Morro do Alemão – a nova fortaleza.
Diante das câmeras de TV, a população assistia impotente, a mais de 250 bandidos fortemente armados escaparem do cerco da forma que podiam. Para qualquer observador mais atento, a pergunta óbvia era? Isso não era previsto?
E é resposta é simples: Claro que sim; e era a meta do governador.
Assim, ao permitir a fuga dos marginais e “empurrar com a barriga” o confronto final inevitável, o governador Sérgio Cabral, tenta apelar para “o bom senso” da marginalia. O recado é claro: ou “se enquadram” e param as ações ou a coisa acabará mais rapidamente.
Mais uma vez, deixou-se passar a oportunidade de utilizar tropas aerotransportadas dos fuzileiros, do exército ou mesmo da PM assessoradas por helicópteros blindados dessas forças, para cortar a rota de fuga e eliminar, após encontrarem resistência, boa parte da criminalidade que atormenta a cidade.
Ao evitar isso e permitir quase um “salvo conduto” aos marginais, o governador Sérgio Cabral permite a vitória simbólica da conquista de um território que era caro aos marginais e tido como inexpugnável, mas dá ao cidadão carioca a certeza de que o problema não foi resolvido e tende a se agravar. Se não agora, em algum outro momento.
Pois, os marginais expulsos como baratas da Vila Cruzeiro – exatamente como as baratas fazem – reinfestarão e fortificarão o Morro do Alemão, estando aptos a lançar novos e mais violentos ataques a partir de lá.
Para por fim ao reino de terror infelizmente deverá haver um banho de sangue para lavar toda essa miséria e esse miasma que tomam conta das favelas cariocas e arrasam a moral, a paz e a paciência de qualquer cidadão de bem que se vê acuado numa cidade em guerra.
Ou o Estado cumpre o seu papel de defender o cidadão ou a causa já nasce morta. Deve-se entender que, além do enfrentamento, as leis devem ser mudadas. Bandidos perigosos não podem ter direito a sigilo postal, visitas íntimas e toda sorte de regalia legal como se fossem meros “bundas sujas”. Deve-se acordar para a realidade de que os diferentes devem ser tratados de forma diferente ou inexoravelmente naufragaremos em nosso mar de paternalismo populista/esquerdista de quinta categoria.
Pense nisso.
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