sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vereador se recusa a denunciar colega porque se diz "homem com H"

Um vídeo publicado na internet no dia 27 de julho chamou a atenção da Polícia Federal de Montes Claros, cidade a 423 quilômetros de distância de Belo Horizonte. No vídeo, o vereador da cidade de Pirapora, a 163 quilômetros de Montes Claros, afirma que presenciou desvio de “rios de dinheiro” e ficou calado diante da situação. O inusitado é a justificativa do parlamentar.
"Participei de uma Câmara aqui com vereadores que desviaram rios e rios de dinheiro aqui dentro. E vi tudo calado", diz Juscélio Garcia



Juscélio Garcia: " Vi tudo calado, sem jamais denunciar colega"


“Estou exercendo meu segundo mandato de vereador nesta Casa. Participei de uma Câmara aqui com vereadores que desviaram rios e rios de dinheiro aqui dentro. E vi tudo calado, observando, sem jamais denunciar um colega, porque aqui nós somos 10. Independente da postura e da posição de cada um, somos homens, e homens com a letra H maiúscula”, afirma o vereador Juscélio Garcia.

O delegado da Polícia Federal de Montes Claros, Eduardo Maurício de Araújo, teve conhecimento do vídeo e despachou pedido de esclarecimentos ao presidente da Câmara Municipal de Pirapora, Esmeraldo Pereira Santos (DEM). Por causa do recesso parlamentar, o vereador que denunciou o suposto desvio e o presidente da Câmara Municipal não foram encontrados pelo iG para comentar o caso.

O delegado Araújo espera uma resposta do presidente da Câmara Municipal nos próximos 10 dias e prevê intimação do vereador denunciante do suposto esquema. “Se for dinheiro federal, o dinheiro desviado, cabe investigação à Polícia Federal. Se for recurso estadual, caberá ao Ministério Público do Estado”, explicou.

A PF de Montes Claros é responsável pelo monitoramento de 97 municípios, informou também o delegado. “Se recebemos uma notícia de crime, apuramos. Foi isso que aconteceu. O vereador falou isso na Câmara Municipal. Identificamos que ele é vereador e o presidente da Câmara precisa dizer se abriu algum tipo de investigação para apurar o que foi dito”, concluiu Araújo

Denise Motta, iG Minas Gerais

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