segunda-feira, 31 de maio de 2010

PPS: Presidência admitiu gastos para promover Dilma

De acordo com informações do PPS, um documento oficial da Casa Civil da Presidência, enviado ao deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), mostra que a campanha de Dilma recebeu uma injeção de recursos públicos.

O PPS afirmou nesta segunda-feira (31) que a Presidência da República confessou ao partido ter gasto R$ 3 milhões com viagens que serviram para fazer propaganda a favor da ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com informações do PPS, um documento oficial da Casa Civil da Presidência, enviado ao deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), mostra que a campanha de Dilma recebeu uma injeção de recursos públicos.

"É a prova cabal da utilização da Presidência da República e da Casa Civil para a promoção indevida e ilegal, com dinheiro público, da candidata-ministra Dilma Rousseff", afirmou o parlamentar. Segundo o PPS, a oposição estuda acionar a Justiça para pedir o ressarcimento dos gastos com as viagens.

Segundo informações do PPS, o montante gasto pode ser ainda maior porque a Casa Civil revelou apenas os custos com o pagamento de alimentação, diárias, hospedagens e serviços de telecomunicações, de apoio logístico e de locomoção de veículos terrestres. Conforme o PPS, ficaram de fora despesas com combustível de aeronaves oficiais, locação de veículos aéreos e custo estimado por convidado de cada evento.

O PPS informou que os recursos públicos foram gastos em 26 viagens feitas no período de 1º setembro de 2009 a 19 de fevereiro de 2010. Na época, Dilma ainda era ministra da Casa Civil, mas já era apontada como pré-candidata ao Palácio do Planalto.

Por causa de duas dessas viagens o presidente Lula já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele foi multado em R$ 10 mil por ter feito propaganda pró Dilma durante a inauguração do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados/SP (Sindpd/SP), em janeiro. No julgamento prevaleceu o entendimento de que em seu discurso o presidente teria feito cinco menções a Dilma e promovido, de forma indireta e subliminar, a pré-candidatura dela à presidência.
Agência estado

Quanto o governo toma do trabalhador

O Brasil é um país ainda relativamente jovem, com uma imensa força de trabalho. Isso é um bônus, uma vantagem, por exemplo, em relação a países que estão envelhecendo e nos quais a população economicamente ativa está diminuindo. Aqui, temos mais gente para produzir as riquezas. Logo, deve ser prioridade do País facilitar a abertura de postos de trabalho.


Certo?

Antes de responder, considere o seguinte cálculo, referente ao contracheque de um trabalhador solteiro, CLT, com carteira assinada, na qual está registrado um salário de R$ 2 mil mensais.

O objetivo é verificar quanto a empresa paga, efetivamente, e quanto o empregado leva para casa, levando-se em consideração apenas dois tipos de impostos: o Imposto de Renda e as contribuições para a seguridade social.

Na vida real, a empresa tem custos mais elevados aqui. Mas consideramos apenas esses dois tipos de impostos para fazer a comparação com outros países, conforme os critérios definidos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Assim, sobre os R$ 2 mil da carteira de trabalho do empregado brasileiro, a empresa recolhe 20% de INSS e mais 7,8%, assim divididos:

2,5% por conta do Sistema S (Senai, Sesc, etc.);

2,5% para o salário-educação;

2% de contribuição para acidentes e doenças do trabalho (RAT);

0,6% para o Sebrae;

e 0,2% para o Incra (sim, é isso mesmo que o senhor e a senhora estão pensando, a folha de salários financia a reforma agrária).

Portanto, a empresa paga R$ 2 mil, mais R$ 440 para o INSS e mais R$ 156 para o Sistema S, no total de R$ 2.596.

Já o trabalhador desconta direto no contracheque mais 11% para o INSS e o Imposto de Renda, conforme a tabela progressiva. No caso, R$ 2 mil menos R$ 21 de Imposto de Renda e R$ 220 de INSS, ficando com R$ 1.759.

Tudo somado e subtraído, no nosso exemplo, o governo leva nada menos que R$ 837 em cima de um salário de R$ 2 mil. Ou quase 33% do total pago pela empresa. Essa é a cunha fiscal no salário, de novo considerando apenas os impostos de renda e para a seguridade social. Fazendo os mesmos cálculos para salários mais altos, até R$ 5 mil, a cunha fiscal restrita chega a absurdos 40%.

É muito ou é pouco?

É preciso comparar. A carga, aqui, é menor do que em países europeus mais desenvolvidos, como Alemanha e França, que chegam a 50% de cunha fiscal. O trabalhador leva para casa metade do que a empresa paga.

Mas os nossos 33% a 40% de carga superam, por exemplo, os valores cobrados em outros países igualmente ricos, como Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Suíça, Japão, Austrália e Coreia do Sul (nesta, os impostos sobre o salário são de apenas 20%).

Há mais. Os serviços prestados pelo setor público em todos esses países são superiores aos brasileiros. Por exemplo, o trabalhador na Alemanha, na França, na Inglaterra ou no Canadá não precisa gastar um tostão com saúde. Já no Brasil, além de pagarem o imposto que financia o Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de 35 milhões de trabalhadores ainda pagam planos de saúde, custo em geral também descontado no contracheque. A maior parte desses planos é cofinanciada pelas empresas, de modo que estas também têm esse custo adicional. Comparando: na Inglaterra, apenas 5% dos trabalhadores pagam seguro-saúde privado.

Além disso, o professor Hélio Zylberstajn, que preparou os cálculos, afirma que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve ser incluído nessa cunha fiscal. É verdade que, em algum momento, o trabalhador leva para casa o dinheiro do fundo. Por outro lado, trata-se de um pagamento mensal da empresa e que fica, durante certo tempo, como receita do governo, utilizada de diversas maneiras. Incluindo o FGTS, a cunha fiscal num salário de R$ 2 mil sobe para 35%. Num salário de R$ 4 mil, vai a 39%.

Tem mais. Ao pagar suas contas e fazer suas compras, o trabalhador morre de novo com impostos elevados, como os 35% mais ou menos que estão no telefone ou na luz.

Finalmente, na nossa conta não consideramos outros itens pagos pela empresa, como 13.º salário, férias, abonos e licenças ? dinheiro ou benefícios que acabam indo para o trabalhador, mas que encarecem a folha salarial.

E então? Parece um país que precisa oferecer empregos formais? Dá para entender por que quase metade da mão de obra está na informalidade?

Os impostos e encargos sobre a folha salarial constituem um dos maiores absurdos da economia brasileira. O ministro Guido Mantega, logo que assumiu o Ministério da Fazenda, disse que uma de suas metas era reduzir os encargos sobre a folha. Nada fez. Por que é tão difícil?

Por três motivos principais. Primeiro, porque o governo precisa do dinheiro para gastos sempre em expansão, embora nem sempre eficientes. Segundo, porque a arrecadação é muito simples. A empresa deposita direto na conta da Receita. E, terceiro, porque o dinheiro vai para setores de peso político. Exemplo: federações da indústria e do comércio do País afora que recebem os 2,5% do Sistema S.

Carlos Alberto Sardenberg - O Estado de S.Paulo

domingo, 30 de maio de 2010

Está chegando a hora de Repensar o Brasil

Mais uma vez, estamos diante das eleições para os cargos dos Poderes Executivo e Legislativo em nível federal e estadual. O povo brasileiro deve participar intensamente da campanha eleitoral e a escolher bem os candidatos que deverão governar e legislar. O ano eleitoral é uma grande ocasião para rediscutir o Brasil e seria pena perder esta oportunidade. Tanto mais que temos muito a ser repensado em nosso País!

A reflexão séria sobre os grandes desafios do contexto atual não deveria estar ausentes no debate político entre candidatos e entre eleitores. Seria uma grande pena se o tempo fosse gasto com acusações entre os candidatos, ou para apresentar projetos vagos e irrealizáveis, só para encantar os eleitores; estes têm o direito de conhecer as propostas dos candidatos para enfrentar as grandes questões pendentes, como o desemprego, a pobreza persistente, a perversa distribuição da renda, a violência, a falta de uma política urbana e habitacional, o saneamento básico, as questões ambientais, a defesa da vida humana e da dignidade da pessoa. Para votar conscientemente, é necessário conhecer os candidatos e o que eles pensam sobre essas e outras coisas mais, e como pretendem enfrentá-las, se forem eleitos.

Voto não tem preço, mas tem conseqüências, por isso, não deve ser uma espécie de cheque em branco confiado a um desconhecido. É um ato de responsabilidade para com o Brasil. Por isso mesmo, a política tem uma dimensão ética e deve nortear-se por alguns critérios fundamentais, durante todo o processo eleitoral. É preciso avaliar partidos e candidatos, suas propostas, seu currículo e seu perfil ético. Contrariamente, poderíamos estar apoiando, com o voto, candidatos com propostas contrárias à nossa consciência, somente porque nos prometem alguma vantagem?
O ano eleitoral pode ser um período de intensa formação da consciência ética e cívica dos cidadãos; em especial, daqueles que participam da vida política, "para que atuem sempre a serviço da promoção integral da pessoa e do bem comum" A participação consciente e o interesse dos brasileiros nas questões do bem comum, através do voto, fará crescer e amadurecer a vida democrática do Brasil.

A esperança é que as muitas denúncias e escândalos de corrupção e mau uso do poder político, nesses últimos meses, tenham aceso um sinal de alerta na consciência dos cidadãos. Estes precisam ficar vigilantes para o cumprimento da lei 9.840, denunciando todas as formas de corrupção eleitoral, como a pressão indevida do poder econômico, a oferta de favores em troca do voto, ou a compra de votos. Fatos comprováveis de corrupção eleitoral devem ser levados logo ao conhecimento das autoridades. Chegou a hora do povo brasileiro, verdadeiro sujeito político deste País! É o momento de pronunciar, através do voto na urna, o julgamento sobre os rumos que o Brasil deve tomar.

No Brasil, 40% das mortes em mulheres são causadas pelo fumo

Dados são do Instituto Nacional do Câncer e mostram que consumo mata 5 milhões de pessoas por ano.

O Dia Mundial sem Tabaco deste ano, comemorado nesta segunda-feira (31), terá como alvo as mulheres. O tema de 2010, escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é gênero e tabaco com ênfase no marketing para as mulheres. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 40% das mortes de mulheres com menos de 65 anos são causadas pelo consumo de tabaco.

O objetivo da campanha é alertar sobre as estratégias que a indústria do tabaco usa para atingir o público feminino e os males que o cigarro causa à saúde e ao meio ambiente. De acordo com a OMS, as mulheres hoje são o principal alvo da indústria do tabaco.

Segundo a OMS, o cigarro mata por ano mais de 5 milhões de pessoas — entre as quais, 1,5 milhão de mulheres. Se não forem tomadas medidas urgentes, alerta a OMS, o uso do tabaco poderá matar mais de 8 milhões de pessoas até 2030, dos quais 2,5 milhões serão mulheres. A maior incidência será entre as de baixa renda.

Atualmente, o mundo tem 1 bilhão de fumantes — entre eles, 200 milhões de mulheres. De acordo com a OMS, enquanto o tabagismo cai entre os homens, em alguns países aumenta o número de mulheres fumantes. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2008, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, mostra que no Brasil o tabagismo está caindo. Entretanto, a queda é menor entre as mulheres do que entre os homens.

Nesta segunda-feira será aberta, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a exposição Propagandas de Cigarro — Como a Indústria do Fumo Enganou as Pessoas. Serão apresentadas peças publicitárias impressas e filmes comerciais das marcas de cigarro veiculados entre as décadas de 1920 e 1950 nos Estados Unidos.
Bem Paraná

sábado, 29 de maio de 2010

Manifestação contra corrupção expõe painel de posicionamento de deputados

Associações estudantis e de trabalho e entidades de classe promovem, neste sábado (29), no Centro de Curitiba, uma manifestação contra os casos de corrupção e desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa. Os manifestantes instalaram tendas na Boca Maldita e um painel que exibe o posicionamento de cada um dos deputados quanto aos casos denunciados pela série Diários Secretos, da RPC-TV e da Gazeta do Povo, e o afastamento da mesa diretora da Casa de Lei.

“Não podemos deixar que a população não saiba como seu deputado está se posicionando diante de todos esses casos de corrupção”, disse, em entrevista ao telejornal ParanáTV, da RPC-TV, Marcelo Urbaneja, presidente da Associação Geral dos Trabalhadores (UGT), entidade que representa cerca de um milhão de trabalhadores no estado.
Segundo o comando do protesto, mais de 150 sindicatos do Paraná aderiram à iniciativa. O painel passará pelas principais cidades do estado, acompanhado do movimento de esclarecimento da população. Segundo Urbaneja, alguns deputados já mudaram seu posicionamento por causa do painel.

Abaixo-assinado

Ao longo da manifestação, pessoas que estiverem passando pelo Centro de Curitiba poderão aderir ao movimento “O Paraná que Queremos”, campanha apoiada por diversas entidades paranaenses, como a Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) e o Movimento Pró-Paraná.

Para fazer parte da campanha, basta acessar o site http://www.novoparana.com.br/
, informando nome e RG.

Desvios

Segundo estimativas do Gaeco, o desvio de dinheiro na Casa de Leis ultrapassa R$ 100 milhões. As investigações já comprovaram que cerca de R$ 26 milhões foram desviados.

As denúncias mostraram como o ex-diretor geral da Assembleia, Abib Miguel, estabeleceu uma rede de influências composta por parentes e apadrinhados políticos, com o objetivo de usar dinheiro público. Foram constatadas diversas irregularidades, dentre as quais a inclusão na lista de funcionários que nunca trabalharam na assembleia. Depois de ter pedidos de habeas corpus negados pela Justiça, Miguel continua preso.

No dia 18 de maio, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou 13 pessoas por causa do esquema de contratação de funcionários fantasmas e desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa do Paraná.

Entre os denunciados estavam Abib Miguel, José Ary Nassiff (ex-diretor de Administração) e Cláudio Marques da Silva (ex-diretor de Pessoal). Eles já tinham sido denunciados pelo MP em 4 de maio por desvio de dinheiro público, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O funcionário João Leal de Mattos também foi denunciado em 4 de maio pelos referidos crimes.

Na primeira denúncia do MP-PR, Abib Miguel e João Leal de Mattos foram denunciados por cometerem 1.182 vezes o crime de peculato (desvio de dinheiro público). Com relação a denúncia desta terça-feira (18), Abib Miguel e Daor Afonso Marins de Oliveira foram denunciados 894 vezes pelo crime de peculato. Gazeta do Povo

Curitiba descobre seus negros

[...] Há quem tente jogar o assunto para debaixo do tapete, dizendo que o Brasil não é racista, e que nem existe um problema a ser resolvido. O movimento negro mostrou que não é bem assim.


Os sociólogos Pedro Bodê e Marcilene Garcia publicaram em 1999 um artigo afirmando que os negros de Curitiba eram “invisíveis”. Eles sempre estiveram por aqui. Segundo o IBGE, são 23% da população, incluída aí a região metropolitana. Tiveram participação inegável na construção da cidade desde o seu começo (embora isso já tenha sido ocultado em outras épocas). Mesmo assim, sua presença na Curitiba oficial sempre foi pequena.

Em seu artigo, Bodê e Marcilene lembravam um fato que a outros olhos poderia passar despercebido: Curitiba tem praça da Ucrânia, da França, da Espanha e do Japão. Tem Bosque de Portugal e homenagem ao Papa polonês. Mas quem aí é capaz de dizer quais as homenagens que os dois acharam aos negros 11 anos atrás? Apenas uma modesta placa na Praça Santos Andrade e uma outra praça, muito menos conhecida, no Pinheirinho – a Zumbi dos Palmares.
Como pode ter acontecido isso? Como uma multidão que representa um quarto de todos os eleitores pode ter passado debaixo do radar de tantos prefeitos, de tantos vereadores? A resposta poderia estar no gosto que temos por declarar que Curitiba é uma capital europeia – uma exceção ao Brasil mulato de outras regiões.

O fato, porém, é que isso está mudando. A distante Zumbi dos Palmares, por exemplo, acaba de ganhar uma revitalização. A inauguração da nova praça, com direito a homenagem aos 54 países africanos, teve direito a pompa e circunstância. O prefeito Luciano Ducci, que terminou a obra iniciada por Beto Richa, fez questão de dizer o quanto o local era importante e de homenagear a comunidade afro da cidade. Reflexos da Copa? Parece ser mais do que isso.

Vejamos outro fato: há duas semanas, foi protocolada na Câmara de Curitiba uma proposta reservando 10%, no mínimo, de todas as vagas de concurso público no município para negros e índios. O projeto, do vereador Francisco Garcez, pode trazer para a capital uma ideia que já foi adotada pelo estado: o Paraná foi pioneiro no país em adotar cotas em concursos públicos.

Tudo indica que prefeitos e vereadores estão se importando mais com o lado africano da capital europeia. Por um lado, pode parecer natural: um eleitorado deste tamanho despertaria a cobiça de qualquer político em busca de novos mandatos. Mas não pode ser simplesmente natural: se fosse, teria acontecido antes. Qual a diferença?

O que mudou foi a força do movimento negro, diz Marcilene. Faz sentido. Antes de os políticos descobrirem a força do eleitor negro, foram os próprios negros que descobriram a sua força. Cria­­­ram cursinhos pré-vestibulares para afrodescendentes. Passaram a pesquisar suas origens e tradições, como no Instituto de Pesquisa da Afrodescendência. Lutaram pelas cotas na UFPR.

Não foram os governantes sozinhos que descobriram um novo eleitorado. O movimento negro é que criou um grupo que se reconhece como força nova. A ideia de pôr cotas na prefeitura, a reforma na praça, o projeto de mapear quilombos no interior do estado e tudo o mais são uma tentativa de correr atrás desse “novo público”.

Nos Estados Unidos, por exemplo, onde os negros se veem como um grupo de pressão há muito tempo, as eleições são marcadas por essa discussão. Muitas vezes são eles que decidem as eleições em favor dos Democratas. E, segundo Paul Krugman, o genial Nobel norte-americano de Econo­mia, foi o ódio aos negros que manteve o Partido Republi­­­cano no poder durante muito tempo.

Por aqui, as discussões sempre foram incipientes, senão nulas. Ainda hoje, há quem tente jogar o assunto para debaixo do tapete, dizendo que o Brasil não é racista, e que nem existe um problema a ser resolvido. O movimento negro mostrou que não é bem assim.

O que ficou claro é que o eleitor, a partir de agora, pode ser contra as cotas ou a favor delas. Pode gostar do fato de a discussão sobre raça ter se tornado um fator importante na cidade ou odiar isso. O que não há mais como fazer é negar a existência de 23% da população. Capital europeia? Pode ser. Mas com um pé na África, com certeza.
Rogério Waldrigues Galindo Gazeta do Povo

Artigo da atriz Fernanda Torres “Eleições: o dom de iludir”


O QUE LEVA alguém a se candidatar à Presidência? A ser tão bisbilhotado, ofendido, pesquisado e aviltado? Que papel grandioso é esse cujo ensaio, estreia e temporada custam o fígado do próprio intérprete?

A política é um palco letal, o Coliseu romano da atualidade. Um lugar de ódios milenares, mágoas irreparáveis, conciliações imperdoáveis e, também, do temível ridículo. Eu seria incapaz de atuar sob tamanha pressão.
Não se trata apenas de dar conta de Rei Lear: tem que voar no jatinho, fazer a carreata, comer dobradinha, andar de mula e enfrentar a tempestade do Crato ao Pampa gritando “Uiva vento!” pelos palanques.

Tem que ter sangue de barata, paciência de Jó, cara de pau e vontade de elefante.

Outro dia me mandaram um link na internet onde a Dilma Rousseff se embananava toda para responder a uma simples questão: “Que livro a senhora está lendo?”
Qualquer um que cultive o prazer de ler sabe que um ser humano que está em plena campanha presidencial não tem cabeça nem tempo para se dedicar à leitura.

Talvez a “Arte da Guerra”, de Sun Tzu, entre um programa do Ratinho e outro, seja o único exemplar que resista ao tranco, por seu conteúdo bélico de autoajuda milenar.

Mas admitir que não está lendo porcaria nenhuma é encarar as manchetes do dia seguinte afirmando que fulano, ou fulana de tal, é um energúmeno, um(a) ignorante não afeito às letras.

Por isso Dilma se contorce, tentando se lembrar do último livro que leu, o que só consegue com a ajuda dos assessores. A duras penas acerta o título e a mais duras ainda arrisca um resumo dele. A pergunta corriqueira, quem diria, a colocou em um mato sem cachorro.

Se a tivessem arguido a respeito da política de juros, da dívida pública ou até mesmo de um espinhoso tema como o aborto, ela estaria apta a responder. Bastou uma perguntinha pessoal para que Dilma se afastasse brechtianamente da ciranda da candidata e caísse em si mesma, perdendo o fio do personagem.

O candidato é um ator em eterno teste. Uma condição vexatória e terrivelmente desconfortável.

José Serra escolheu o perfil do conciliador boa-praça, se manteve bem no personagem até que perdeu a paciência na rádio CBN diante da prensa de Míriam Leitão. Míriam, aliás, tem sido dos ossos mais duros de roer para os que estão na corrida presidencial.

Serra soltou um desabafo irritado a respeito do que pensava da relação entre a Presidência e o Banco Central. Depois, teve que remar forte para recuperar a imagem que passou semanas construindo, justificando de forma sincera que o horário matutino lhe havia puxado o tapete.

Qualquer razão idiota, como pular da cama cedo, pode colocar tudo a perder; da mesma forma que um celular que toca no meio de um espetáculo pode fazer Macbeth desencarnar de vez da alma de um ator.

A verdade e a franqueza são armas de destruição em massa na política, é necessário saber ocultá-las com desenvoltura e, muitíssimas vezes, mentir com convicção.

Marina Silva não titubeia, ela é a terceira via, pode dizer o que pensa. Apesar de ter sido ministra, ela não passa pelo comprometimento político dos dois outros adversários, pertencentes a partidos que já ocuparam o Planalto e fizeram alianças muitas vezes incompreensíveis para poder governar.

Marina está dentro e fora do jogo, uma posição importante e confortável.

Glorinha Beautmüller, fonoaudióloga e preparadora vocal de inúmeros atores e políticos, é uma figura lendária, dona de intuição aguçada, métodos nada ortodoxos e técnica que visa ancorar a palavra ao corpo e aos sentidos do palestrante.

Profissional ímpar, ela já botou de quatro modelos com ambições a atriz, para que perdessem a pose enquanto recitavam um texto, e aconselhou com veemência que Cláudia Jimenez falasse pela vagina na sua estreia no teatro profissional como uma das prostitutas de “A Ópera do Malandro”. Ao que Claudia, com seu talento e humor de sempre, respondeu, aplicada: “Eu estou tentando, Glorinha, estou tentando!”

Uma vez, a maga foi chamada às pressas a Brasília para atender um político repentinamente afônico e necessitado de discursar. Segura, não pestanejou no diagnóstico: “Meu filho, você está rouco desse jeito porque você mente demais!”

Hoje, o político ideal deve reunir o carisma de Sílvio Santos, a classe de Paulo Autran, a astúcia de Alexandre, o Grande, a retórica de Ruy Barbosa, o empreendedorismo de Antônio Ermírio, a responsabilidade do doutor Paulo Niemeyer, o desapego de Buda, a razão de Confúcio, a bondade de Cristo e ainda sair vivo da arena quando soltarem os leões famintos atrás da sua carne. Essa pessoa não existe. O político, portanto, tem que ter o dom de iludir.
Via Folha de São Paulo

sexta-feira, 28 de maio de 2010

"Urgente" Deputados ruralistas estão querendo acabar com o código Florestal

Caros amigos,

As nossas florestas estão em perigo! Deputados ruralistas querem destruir o Código Florestal Brasileiro, liberando o desmatamento de áreas protegidas por lei, especialmente na Amazônia.

Próxima terça-feira dia 1 de junho nossas florestas irão sofrer um ataque perigoso – deputados da “bancada ruralista” estão tentando destruir o nosso Código Florestal, buscando reduzir dramaticamente as áreas protegidas, incentivando o desmatamento e crimes ambientais.

O que é mais revoltante, é que os responsáveis por revisar essa importante lei são justamente os ruralistas representantes do grande agronegócio. É como deixar a raposa cuidando do galinheiro!
Há um verdadeiro risco da Câmara aprovar a proposta ruralista – mas existem também alguns deputados que defendem o Código e outros estão indecisos. Nos próximos dias, uma mobilização massiva contra tentativas de alterar o Código, pode ganhar o apoio dos indecisos. Vamos mostrar que nós brasileiros estamos comprometidos com a proteção ambiental – clique abaixo para assinar a petição em defesa do Código Florestal:

http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/?vl

Enquanto o mundo todo defende a proteção do meio ambiente, um grupo de deputados está fazendo exatamente o contrário: entregando de mão beijada as nossas florestas para os maiores responsáveis pelo desmatamento do Cerrado e da Amazônia. Eles querem simplesmente garantir a expansão dos latifúndios, quando na verdade uma revisão do Código deveria fortalecer as proteções ao meio ambiente e apoiar pequenos produtores.

As propostas absurdas incluem:
Reduzir a Reserva Legal na Amazônia de 80% para 50%
Reduzir as Áreas de Preservação Permanente como margens de rios e lagoas, encostas e topos de morro:
Anistia aos crimes ambientais, sem exigir o reflorestamento da área
Transferir a legislação ambiental para o nível estatal, removendo o controle federal
Essa não é uma escolha entre ambientalismo e desenvolvimento econômico, um estudo recente mostra que o Brasil ainda tem 100 milhões de hectares de terra disponíveis para a agricultura, sem ter que desmatar um único hectare da Amazônia.

A proteção das floretas e comunidades rurais dependem do Código Florestal, assim como a prevenção das mudanças climáticas e a luta contra a desigualdade do campo. Assine a petição para salvar o Código Florestal e depois divulgue!

Juntos nós aprovamos a Ficha Limpa na Câmara e no Senado. Se agirmos juntos novamente pelas nossas florestas nós podemos fazer do Brasil um modelo internacional de desenvolvimento aliado à preservação.

Campanha contra corrupção tem o apoio de 6 mil pessoas


Aproximadamente 6 mil pessoas já aderiram ao movimento “O Paraná que Queremos” desde o último domingo, quando entrou no ar o site www.novoparana.com.br/

.Nesse endereço eletrônico, qualquer cidadão pode aderir ao movimento, assinando o abaixo-assinado on-line. O documento funciona como uma espécie de “termômetro” da indignação popular com as recentes denúncias envolvendo a Assembleia Legislativa do Paraná.

A campanha é apoiada por diversas entidades paranaenses, como a Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) e o Movimento Pró-Paraná. O presidente do Movimento Pró-Paraná, Jonel Chede, acredita que a rápida adesão dos paranaenses à proposta evidencia a preocupação da população com os rumos do estado. “A sociedade reagiu de maneira fantástica às notícias sobre a corrupção do nosso Legislativo que foram veiculadas na imprensa”, diz ele. Para Jonel, isso demonstra que os deputados devem tomar as medidas para evitar que novos desvios aconteçam.
Em apoio ao movimento, a RPC promoverá ações de incentivo à adesão da população à campanha. Amanhã, será montada uma tenda na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, onde o cidadão que desejar participar da campanha poderá registrar a sua adesão nos computadores e fichas cadastrais disponíveis no local. Na segunda-feira, haverá a mesma iniciativa, mas em frente ao prédio da Associação Comercial do Paraná, no calçadão da Rua XV de Novembro.

O abaixo-assinado é uma das mobilizações que antecedem um ato público pela moralidade na Assembleia que será promovido pela OAB-PR e demais entidades participantes do movimento. A mobilização ocorrerá no dia 8 de junho, às 18 horas, na Boca Maldita.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Devemos ajudar a nossa sociedade ser melhor

A população em geral possui muitas demandas de todos os tipos e quantidades que muitas vezes não é possível o atendimento pleno por meio do poder público. Dependendo das características do município, o setor público atende uma quantidade ínfima de todas as necessidades da população. No nosso país que é caracterizado como uma nação extremamente desigual do ponto de vista social e econômico, o governo, em suas três instâncias, é incapaz de proporcionar um bem estar razoável para todas as pessoas. O que se deve fazer para atender as necessidades da população diante da incapacidade do governo em fazê-lo? O que a sociedade deve realizar para que as pessoas tenham o atendimento das suas demandas fundamentais?

Sempre se ouve que o governo não faz nada, que os políticos são todos ladrões, que o governo é deixa muito a desejar e muitas outras afirmações parecidas. Mas, a grande pergunta é: o que essas pessoas que afirmam isso fazem para melhorar a eficiência do governo e a melhora no atendimento da população? Certamente nada, porque as que reclamam são as que menos faz. Precisamos ter dentro de nós a chama do civismo, do patriotismo, da solidariedade e da verdade. Se a população não está sendo atendida pelo poder público em suas necessidades, as pessoas deveriam pesquisar, analisar e verificar porque o governo não está fazendo o que deveria fazer. Ao descobrir as razões, a população deverá tomar algumas medidas. Se for por falta de verba, deverá fazer pressão para que venha verba de instância superior, se for por falta de capacidade, falta de vontade ou para fazer outras coisas menos importantes para a população então a pressão será sobre as autoridades locais.

É muito importante a participação da população cobrando, reivindicando ações das autoridades na melhoria do bem estar da sociedade. Alguém pode até perguntar: para que serve os vereadores e os deputados? Sim, os parlamentares, entre muitas outras atribuições, devem cobrar o poder executivo no atendimento da população, mas, por diversos motivos, os integrantes do poder legislativo podem não ser capazes em lograr êxito na tarefa de levar serviços, obras e assistências para as pessoas que necessitam. Como a população não deve ficar a mercê da ineficiência, falta de ação do poder pública ou falta de recursos, então a sociedade civil deve agir. A ação da sociedade é fundamental para não formar uma inércia que paralisa o desenvolvimento e o progresso. A incapacidade do poder público, seja por qual motivo, não deve levar à penúria de um povo, de um bairro, de uma cidade ou de um estado.

Existem cidades em que o poder público atende praticamente todas as demandas da população, seja de educação, qualificação profissional, moradia, etc. Entretanto, a imensa maioria dos municípios brasileiros não consegue atender todas as necessidades do povo pelos mais diversos motivos. Aí, aparece um ente que é de muita importância para todos, que são as organizações sociais que são entidades que oferecem serviços públicos gratuitamente ou cobrando um valor muito baixo. Essas instituições vivem fundamentalmente de doações da comunidade. Exemplos mais comuns de atuação dessas instituições são em serviços hospitalares, escolares, abrigos de pessoas em situação de rua, crianças e muitos outros tipos. Então, a exemplo dessas instituições e das pessoas que realizam as doações, é muito importante que cada um de nós façamos a nossa parte ajudando as pessoas a terem uma vida melhor, mais próspera, com mais saúde e mais feliz.
Do: blogdefranciscocastro.blogspot.com/

Pobre política

Pobre política dos tapinhas nas costas, mãos ansiosas por punhais sob sorrisos amarelos desenhados nos potes de mágoas derramados no coração.

Pobre política do "ouvi dizer", das maledicências esgueirando-se por gabinetes, a corroer dignidades, esgarçar patrimônios morais e aspergir cizânia nos campos da decência.

Pobre política da pose maquiada para a foto, abraço descosturado de afetos, olhar altivo, o papagaio de pirata empoleirado sobre o alpiste da fatura de votos.

Pobre política das entrevistas repletas de palavras e vazias de sentido, dos discursos adjetivados de promessas vãs, das recepções encharcadas de venenos retóricos, das audiências purgatoriais, das homenagens alinhavadas, às costas, pelo próprio homenageado.

Pobre política que soma votos subtraindo princípios, faz conchavos inconfessáveis e promove acertos guardados no cofre de sigilos inomináveis. E das coligações órfãs de projetos, do balcão empregatício, dos presentes perfumados de sedução.

Pobre política da clonagem de salários e remunerações, vantagens e voragens, garimpeira de influências e alpinista luxenta de quem abomina a própria origem.

Pobre política da voz elevada rebaixando secretárias e contínuos, da máscara da autoridade cuspindo fel, da pessoa refém da função, do apego desmesurado ao poder, da mendicância cotidiana de atenções e agrados.

Pobre política das portas trancadas à turba que perturba, dos tapetes alérgicos à poeira das sandálias e botinas, das cerimônias que içam o ego e afogam o dever de bem governar.

Pobre política a sacrificar, no altar da pátria, a vida em família, o lazer, as amizades. E que impede o prazer de nada fazer, só ser.

Pobre política do corporativismo eleitoreiro, do repasse escuso de recursos, do partido de aluguel, do caixa dois e do silêncio dos inocentes.

Pobre política da conquista iníqüa de bens sonegados aos pobres, das mesuras cínicas, das mulheres convidadas a emoldurar a sala, da atitude déspota de quem sequer cumprimenta ascensoristas, motoristas, porteiros e garçons.

Pobre política destituída de conteúdos históricos, atolada na rasteira trivialidade de costuras inócuas, indiferente ao sacrifício e à luta de tantos que padeceram para imprimir à convivência entre humanos a marca gêmea da liberdade e da justiça.

Pobre política da competição mesquinha, cega aos horizontes utópicos, enredada na burocracia farisaica que coa mosquitos e engole camelos, farsa pusilânime que, no proscênio, esconde a tragédia de tantas esperanças fraudadas.

Pobre política dos discursos desajuizados, proferidos na veemência despida de ética, ecoando rancores. E das aleivosias moldadas pela conveniência, disfarçadas de firmeza enquanto os pés chafurdam no lodo das negociatas.

Pobre política da veneração desmesurada ao poder, do desfibramento ideológico, da despolitização dos eleitores, da indigência de estratégias imunes ao calendário do próximo pleito.

Pobre política da prepotência de quem ignora que cargos não alongam estaturas, nem a moral, e enche o peito de virtuais medalhas concedidas pela própria vaidade de quem se julga acima da média.

Pobre política insensível à dor inaudível, ao tresloucado no trampolim do desespero, ao endividado, ao demente, e ao que, embaixo do viaduto, aguarda a intervenção divina.

Pobre política? Podre política.

Frei Betto

Botar dinheiro da Copel na Arena é um erro grosseiro


Vamos falar com todas as letras, como se deve: colocar dinheiro da Copel na Arena é um erro groseiro.

Qual é o sentido de colocar R$ 40 milhões de verba pública em um estádio de futebol particular? Quem sai ganhando com isso é apenas a diretoria do Atlético.

Se fosse para colocar dinheiro do contribuinte, fizessem um estádio público desde o começo. Depois arrendassem, fizessem o que quisessem. Mas pelo menos seria patrimônio do estado.

Nesse caso, trata-se de desperdício puro. Os argumentos do deputado Romanelli, que frequentemente tem tido condutas reprováveis no seu mandato (como furar cancela de pedágio), são quase inacreditáveis.

Veja só o que ele falou.

"O naming rights Arena Copel, além de efetivar essa parceria [entre o Atlético e o governo], possibilita o acompanhamento e apoio da sociedade paranaense na implementação de todo o conjunto de medidas do governo estadual para o sucesso da empreitada do Mundial"

É enrolês, mas é fácil de traduzir. Todos saímos ganhando com isso!

Na verdade, nem a Copel sai ganhando com isso. Quanto mais o resto de nós.

Se fosse um bom investimento, haveria empresas disputando o direito de pôr seu nome na Arena. Não é o que acontece.

Por que a Coca-Cola não põe dinheiro lá? Ou o Itaú? Ou alguma empresa privada qualquer?

No caso deles, até faria sentido. São empresas que atuam em mercados competitivos e que precisam se destacar de seus concorrentes. A Copel, porém, tem o monopólio da distribuição de energia no Paraná. Não existe a menor possibilidade de alguém decidir trocar seu fornecedor particular de energia pela Copel, só porque viu o nome da empresa em algum lugar.

Ora, joguemos honestamente. A Arena não é um bom negócio para mais ninguém, só para o Atlético. Fica até a impressão de que o fato de o governador ser atleticano tem peso na decisão, o que, sinceramente, é ridículo.

A Copa do Mundo é um bom negócio para Curitiba? Pode ser. Mas pôr R$ 40 milhões tirados da minha conta de luz e da sua, me desculpe. É uma afronta. Reginaldo Galido Gazeta do Povo

TRE-RJ cassa mandato de Rosinha e torna Garotinho inelegível

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) cassou nesta quinta-feira (27) o mandato da prefeita de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, Rosinha Garotinho, por abuso do poder econômico. Segundo o TRE, ela foi beneficiada por práticas panfletárias da rádio e do jornal O Diário, durante a campanha nas eleições 2008. Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como Rosinha Garotinho obteve mais de 50% dos votos, o tribunal convocou novas eleições para o município. O uso indevido dos meios de comunicação social também levou a Corte a tornar inelegíveis por três anos a prefeita cassada e o pré-candidato ao governo do Rio, Anthony Garotinho, além de três comunicadores da rádio O Diário.

Por meio de sua assessoria, o casal Garotinho informou que está avaliando a decisão do TRE-RJ, juntamente com os advogados, para definir que tipo de recurso será utilizado para reverter a situação. Até o fim do dia, a decisão do casal será publicada no blog do Garotinho.

Todos podem recorrer da sentença
Tanto Rosinha quanto Garotinho ainda podem recorrer ao TSE, com efeito suspensivo. O julgamento chegou a ficar empatado em três votos a três. Coube ao presidente do TRE-RJ, desembargador Nametala Jorge, o voto de desempate.

“Os fatos foram inadmissíveis. O pleito eleitoral tem que ter uma lisura absoluta, trata-se de um direito da sociedade”, justificou o desembargador.

Os votos vencidos foram do relator do processo, juiz Célio Salim e dos juízes Leonardo Antonelli e Luiz de Mello Serra. Os desembargadores Sérgio Lúcio de Oliveira e Cruz e Raldênio Bonifácio acompanharam o voto divergente do revisor, juiz Luiz Márcio Pereira.

De acordo com o TRE, houve ainda um impasse quanto ao início da contagem do prazo de inelegibilidade. O juiz Luiz Márcio Pereira defendeu a tese de que o prazo deveria contar a partir da decisão, no que foi acompanhado pelo desembargador Nametala Jorge. Mas os desembargadores Sérgio Lúcio de Oliveira e Cruz e Raldênio Bonifácio entenderam que deve prevalecer a Súmula 19 do TSE, com a contagem a partir das eleições em que os fatos ocorreram, ou seja, em 2008, o que. Para resolver o impasse, o juiz Luiz Márcio Pereira adotou o prazo da Súmula.

Do G1 RJ

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quero voltar a confiar!

Fui criado com princípios morais comuns:
Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto.

Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades...
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade...
Tínhamos medo apenas do escuro dos sapos, dos filmes de terror...

Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos.
Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.
Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.

Direitos humanos para criminosos deveres ilimitados para cidadãos honesto.
Não levar vantagem em tudo significa ser idiota.
Pagar dívidas em dia é ser tonto... Anistia para corruptos e sonegadores...

O que aconteceu conosco?

Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.

Que valores são esses?

Automóveis que valem mais que abraços,
Filhas querendo uma cirurgia com presente por passar de ano.
Celulares nas mochilas das crianças.
O que vais querer em troca de um abraço?
A diversão vale mais que um diploma.
Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa.
Mais vale uma maquiagem que um sorvete.
“Mais vale parecer do que ser....

Quando foi que tudo desapareceu ou tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocaras flores!
Quero sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão!
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho- no- olho.
Quero a vergonha na cara e a solidariedade.
Quero a esperança, a alegria, a confiança!

Quero calar a boca de quem diz:
“ temos que estar ao nível de...”, ao falar de uma pessoa.
Abaixo o “TER”, viva o “SER”
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve com a brisa da manhã.
E definitivamente bela, como cada amanhecer.

Quero ter de volta o meu mundo simples e comum.
Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases.
A indignação diante da falta de ética, de mora de respeito...
Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas.
Vamos voltar a ser “gente”

Utopia?
Quem sabe?...
Precisamos tentar...
Nossos filhos merecem e nossos netos certamente no agradecerão!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Dia do Desafio

Amanhã é o Dia do Desafio, e Jaguariaíva enfrenta a cidade venezuelana de Independência, que fica na Província de Tachira e tem cerca de 43,8 mil habitantes. Vence a competição a cidade que envolver um maior número de pessoas na prática de alguma atividade física durante 15 minutos consecutivos. A mobilização da população começará às 7h30, com uma caminhada que sairá de dois pontos da cidade: um em frente à Praça Isabel Branco, na Cidade Alta, e outro em frente à Escola Antonio Fanchin, na Vila Pinheiro. Os participantes da caminhada se encontrarão na Praça Getulio Vargas.
Durante todo o dia, equipes estarão realizando ações para movimentar a população.

Vereadora Mariana quer Portal da Tranparência na Câmara

“Dar publicidade os dados e informações de interesse público, possibilitando o conhecimento e acompanhamento das ações administrativas”. Essa é a principal justificativa para a instalação de um Portal da Transparência Pública na Câmara Municipal.
A proposta, na forma de ‘projeto de resolução’, de autoria da vereadora Mariana Balloni(DEM), foi protocolada no último dia 6, na Câmara, e foi lida no expediente da sessão de terça-feira (18), mas só deverá entrar na ordem do dia da sessão de 1º de junho. Isso porque o projeto foi encaminhado às comissões internas de Legislação, Justiça e Redação e de Obras, Serviços Públicos e Urbanismo, para análises e pareceres.
Como a vereadora faz parte das duas comissões (como relatora e presidente, respectivamente), ela será substituída por Divael da Silva Melo (DEM) e Marco Antonio de Oliveira Soares (PT) ‘Não podemos ter atos secretos na Câmara’
Acho que a Câmara tem que dar o exemplo, até porque as pessoas cobram mais transparência
dos atos tanto do legislativo quanto do executivo”, explica. Leia mais no Pagina Um

Obs: Mariana enquanto não sai esse portal pode mandar os projetos, gastos,indicações e etc... para este blog que terá o prazer de públicar, afinal o intuito deste blog é informar o povo Jaguariaívense.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Acidente na rodovia PR 092 mata três pessoas do mesmo veículo no norte do estado

Entre as vítimas fatais, está uma criança de quatro anos. Dois estão internados em estado grave

Um acidente fatal na noite desse domingo (23) terminou na morte de três pessoas de um mesmo veículo, na PR 092, entre as cidades de Quatiguá e Joaquim Távora, norte do estado.

Por volta das 23h45, uma Parati, com placas de Arapoti, e um Ford Fiesta, de Quatiguá, colidiram de frente no quilômetro 302. O motorista da Parati, João Luiz Raizel Tesser, 24 anos, Maria Eduarda de Jesus Matias Tesser, 4 anos, e Amilton Sérgio Pina, 52 anos, morreram na hora.

O motorista do Fiesta, Pedro Henrique Bueno, 19 anos, e uma ocupante da Parati, Ana Paula de Jesus Matias, 22 anos, foram internados no hospital municipal de Joaquim Távora. O estado de saúde da jovem é o mais preocupante.

Segundo testemunhas, a rodovia é mal conservada e segue em pista única por muitos quilômetros.
Elizangela Jubanski com informações de Antônio Nascimento; Banda B

DALAI LAMA NO TWITTER


O líder espiritual dos budistas tibetanos em exílio, Dalai Lama, ficou pela primeira vez on-line, nesta sexta-feira, “batendo papo” com internautas chineses através do site de microblogs Twitter e suas conversas foram retransmitidas por outros sites.

Durante essa troca de mensagens que durou cerca de 90 minutos, o Dalai Lama abordou uma variedade de assuntos, políticos, culturais ou religiosos.

Ele, especialmente, informou que as discussões com Pequim a respeito da autonomia do Tibete e de seu eventual retorno haviam falhado, porque o governo chinês havia se recusado a reconhecer os problemas que a região do Himalaia enfrenta.

As discussões não progrediram “porque o governo central sempre argumenta que não existem problemas no Tibete, apenas com o Dalai Lama”, declarou. “Eu não peço nada para mim mesmo, minha principal preocupação envolve os problemas da cultura, da religião e do meio ambiente do povo tibetano”, acrescentou.

“Em certas zonas do Tibete, a cultura e a língua tibetanas estão em crise por causa do aumento do número de Hans”, etnia majoritária da China, destacou o Dalai Lama.

Wang Lixiong, um autor chinês, crítico mundialmente conhecido da política de Pequim no Tibete, anunciou no Twitter que ele emprestaria sua conta para facilitar essa troca de conhecimento.

Mais de 12.500 pessoas fizeram 289 perguntas para o Dalai Lama, que já foi classificado por Pequim como “lobo vestido de túnica”.

As questões foram selecionadas através de uma votação feita no Google Moderator, um aplicativo do Google que permite esse tipo de operações, explicou Xiao Qiang, que dirige a China Digital Times, localizada nos Estados Unidos.

O Dalai Lama, que tem 74 anos e vive em exílio na Índia, respondeu somente a algumas dessas perguntas.

O Twitter é bloqueado na China, mas mesmo sem poder utilizar um proxy (programa que máscara o IP de internet) para contornar a censura e se conectar, os internautas chineses puderam acessar ao “chat” com o líder religioso.

O Twitter possuiu outros aplicativos e servers alternativos que permitem aos usuários usarem o serviço.

Segundo Xiao Qiang, essa “grande muralha na internet” estimulou o crescimento do Twitter na China: “essa comunidade tem uma ligação política forte contra a censura.

As inúmeras discussões no Twitter falam sobre a liberdade na Internet e sobre maneiras de contornar os firewalls”, programas de bloqueio, completou. Cerca de 100 mil chineses, que moram na China, estão no Twitter, estima.

Candidatos:Julgamento já, dos processos encalhados

Tão importante quanto a vigência do projeto ficha limpa é o julgamento prioritário dos processos encalhados nos nossos tribunais que liberam os chamados fichas sujas para a disputa eleitoral. Para citar um exemplo,existem processos parados há bom tempo na justiça federal(4a.região). O julgamento célere desses processos (antes das eleições) reduziria os índices de corrupção na atividade pública e contribuiria para a imprescindível recuperação da credibilidade de nossas instituições.Uma boa campanha para a Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral, OAB, CNBB, UNE e outras entidades. A pressão organizada certamente produziria agilidade e eficiência.

Trecho da PR-151 fica interditado por mais 60 dias

A PR-151, que liga Sengés, no Norte Pioneiro, a São Paulo, deve permanecer interditada por mais 60 dias. As fortes chuvas de janeiro estouraram uma galeria subterrânea e um buraco de 50 metros se abriu na pista. De acordo com o telejornal Bom Dia Paraná, da RPCTV, desde o dia 29 de janeiro, é preciso usar o desvio para chegar a cidade.

Há um mês operários já trabalham no local. A concessionária que administra o trecho da rodovia contratou cinco empresas para fazer as obras, inclusive a recuperação de alguns morros que deslizaram. O custo total deve chegar a R$ 15 milhões. A previsão é que nos próximos 60 dias os trabalhos estejam concluídos.

O município ficou isolado por 14 dias, porque outro buraco se abriu do outro lado da rodovia. A situação foi a mesma: com as chuvas, o volume de água do riacho aumentou e a galeria não foi suficiente para a quantidade de água. Para evitar outros rompimentos, os engenheiros resolveram aumentar a capacidade de evasão. Serão dois tubos com três metros de altura e dois metros de largura.

Gazeta do Povo

domingo, 23 de maio de 2010

Prisão de quatro sem-terra gera confusão e tentativa de invasão em delegacia de Porecatu

A invasão só foi contida porque, segundo o delegado Elisandro de Sousa Correia, um policial deu um tiro de arma de fogo para cima, a fim de intimidar todo o grupo

Aproximadamente 300 sem-terras protestaram na frente da Delegacia Civil de Porecatu, no norte do Paraná, durante a noite deste domingo (23). Eles teriam ido até lá na tentativa de invadir a delegacia, por conta da prisão, poucas horas antes, de quatro membros do movimento, cujos nomes não foram divulgados. Segundo o delegado Elisandro de Sousa Correia, a situação estava controlada por volta das 20h30. A polícia pretendia liberar os quatro após lavrar o Termo Circunstanciado.

Antes disso, no entanto, os sem-terras quase entraram na delegacia. Correia diz que foi preciso policiais irem até a frente da corporação e disparar um tiro de arma de fogo para cima, a fim de conter a invasão. “Depois do tiro, dissemos que vamos liberar os presos e, agora, todo o grupo está apenas aguardando por isso”, disse o delegado, por volta das 20h05 deste domingo (23). Ele acrescentou que não houve qualquer incidente de violência física entre policiais e sem-terras e nem depredação da delegacia.

Os quatro sem-terras foram presos em flagrante, no fim da tarde deste domingo (23). Segundo o delegado, eles estavam ateando fogo em um canavial do município. “Eles incendeiam canaviais direto”, afirmou o delegado. “Desta vez, recebemos uma denúncia e prendemos em flagrante.”
Thiago Ramari: Jornal de Londrina

Lula, os políticos e o Bolsa Esmola


Campanha é época de fazer promessas sem pé nem cabeça, negar o passado e beijar criança ranhenta - enfim, jogar para a torcida. Os primeiros petiscos da disputa presidencial deste ano têm tornado a máxima ainda mais evidente.

O melhor exemplo é o debate em torno da recriação de um imposto nos moldes da CPMF para financiar a saúde. José Serra (PSDB) foi ministro da Saúde entre 1998 e 2002 e, na época, achava a cobrança uma maravilha.

Dilma Rousseff (PT) ficou do lado de Lula quando ele bradava contra o fim do tributo, decidido pelo Senado em 2007. Antes de ser presidente, o próprio Lula defendia o fim da CPMF. Depois, redefiniu-se como uma "metamorfose ambulante" para trocar de ideia.

Mas Lula não se inspirou em Raul Seixas apenas quanto ao falecido imposto do cheque. Abaixo segue um vídeo em que ele desce a lenha no Bolsa Escola, precursor do Bolsa Família, em 2000.

Como é possível perceber pelo filme, opinião em política é realmente algo sazonal.

Sob Lula, Brasil registra um novo sindicato por dia; divisão de imposto não é fiscalizada

O imposto sindical, um bolo tributário de quase R$ 2 bilhões formado por um dia de trabalho por ano de toda pessoa que tem carteira assinada, alimenta um território sem lei. Os 9.046 sindicatos que dividem esse dinheiro não são fiscalizados.

Resultado: abrir uma entidade sindical transformou-se em negócio lucrativo no País. Levantamento feito pela reportagem do Estado identificou sindicatos de todos os tipos: de fachada, dissidentes por causa de rachas internos e entidades atuando como empresas de terceirização de mão de obra.

Os dirigentes das centrais admitem que o imposto está por trás da proliferação sindical, o que transforma alguns sindicatos em verdadeiros cartórios. A reportagem constatou ainda que, só neste ano, o Ministério do Trabalho registrou um novo sindicato a cada dia, 126 no total, o que revela uma indústria debaixo da chamada liberdade sindical garantida pela Constituição.

A proliferação acirrou-se a partir de 2008, quando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu formalizar as centrais - a fatia do bolo que elas recebem é proporcional ao número de entidades filiadas. E tudo ficou mais fácil quando Lula decidiu que as centrais não precisam prestar contas do dinheiro que recebem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Do uol Noticias

Voto da classe média deve decidir eleição, dizem analistas

Pela primeira vez na história, a classe média brasileira chega a uma eleição como maioria no país. São 31,2 milhões de brasileiros que escalaram a pirâmide social desde 2002, engrossando as fileiras da chamada classe C.

Miolo da sociedade, a classe média representa hoje 53,6% da população brasileira, ou 103 milhões de pessoas. São famílias que recebem de R$ 1.115 a R$ 4.807 por mês, segundo cálculos do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Se toda a classe C pudesse votar, e o fizesse em apenas um candidato a presidente, decidiria sozinha a eleição. A hipótese é improvável, mas poucos duvidam do papel de fiel da balança que essa fatia da população terá em outubro.

De olho nos votos dessa nova classe média, PT e PSDB _partidos que governaram o país nos últimos 16 anos_ já disputam a paternidade das mudanças. Qual será, contudo, o impacto nas urnas dessa transformação?

A pergunta divide especialistas consultados pelo G1. Como a classe C se encorpou durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, há quem aposte em um “voto de gratidão” à pré-candidata petista, a ex-ministra Dilma Rousseff.

“Essa nova classe média é eleitora do Lula, porque se beneficiou de três elementos-chave: aumento real do salário mínimo e da massa salarial e expansão do emprego com carteira”, diz o cientista político Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj).

Essa nova classe média é eleitora do Lula" Marcus Figueiredo, cientista político

Outros analistas descartam que a classe média tenha fidelidade partidária. Relacionam o avanço social à manutenção, por Lula, da base do modelo econômico do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) _câmbio flutuante, metas de inflação e superávit fiscal (economia de recursos para pagar a dívida pública). Um trunfo em potencial para o pré-candidato tucano, ex-ministro de FHC e ex-governador de SP, José Serra.

“Não se sabe se essa nova classe média vai manter a lealdade em relação a Lula e ao PT de seus estratos de origem”, afirma o sociólogo Antonio Lavareda, que trabalhou nas campanhas presidenciais de FHC e com candidatos do PSDB e do DEM.

O voto das classes
Autor do livro "Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais", Lavareda analisou o voto por estrato de renda nas últimas cinco eleições presidenciais. Só encontrou um “voto de classe” em 1989, quando Fernando Collor perdeu na faixa superior a cinco salários mínimos, e em 2006, quando Lula perdeu entre quem ganhava mais de dez salários mínimos. Todas as classes sociais votaram de forma semelhante em 1994, 1998 e 2002.

Embora avalie como incerto o comportamento eleitoral da classe média, Lavareda diz acreditar que a divisão do voto por classes sociais tenha voltado em 2006 para ficar. “Vamos ter um voto sociologicamente diferenciado: votação expressiva do PT em camadas mais baixas e predomínio da oposição na parte superior da pirâmide social.”

Famílias" divididas" pela política
Na casa da família Alves Costa, de Santo André (Grande São Paulo), exemplo da maior fatia da sociedade brasileira, cada integrante prefere um pré-candidato. A mãe, simpatizante do PT, a filha mais nova, que prefere o PSDB, e a mais velha, que tem afinidades com o PV, concordam em uma só coisa sobre a disputa: a classe C vai votar de forma mais consciente em 2010.

Para a estudante Graziele Alves Costa, 29 anos, a emoção prevaleceu nas duas últimas eleições presidenciais, e os eleitores vão considerar mais as propostas neste ano.

"O Lula foi eleito por ser mais popular, não pela experiência. O povo ficou emocionado de ver um metalúrgico virando presidente. Agora vai ser diferente”, diz Graziele, que declarou voto em Marina Silva (PV). "Ela veio de uma classe social paupérrima e vai ter preocupação com os mais pobres. Também se preocupa com a Amazônia", destacou.

A caçula da família, Jaqueline, 23 anos, analista de tecnologia da informação, considera que é justamente a ascensão social que proporcionará à classe C mais instrumentos para definir seu voto. "A classe média, porque melhorou de vida nos últimos anos, vai pensar melhor para votar. [...] Há uma série de recursos, sites para buscar informações. Eu mesma já li sobre cada um deles [pré-candidatos à Presidência]", afirma.

Gostei da gestão dele [José Serra] como ministro da Saúde"Jaqueline Costa, analista de TI

Para Jaqueline, José Serra (PSDB) é o pré-candidato "mais preparado". "Gostei da gestão dele como ministro da Saúde, como governador, prefeito. É a proposta mais interessante para o país."

Convivência democrática
A matriarca da família, a cozinheira Sônia Alves da Costa, 53 anos, diz que a política é tema de “discussões pacíficas” na casa. Atribui as melhorias recentes na vida da família ao governo Lula. "Está tudo ótimo no governo, a classe baixa conseguiu muita coisa", afirmou ela. A renda mensal da família é de cerca de R$ 3.500 dobrou nos últimos dois anos.

Apesar de se declarar petista e "apaixonada" por Lula, Sônia disse que não pretende votar em Dilma Rousseff. "Sou petista desde os 18 anos, de uma geração que lutou para o fim da ditadura. Mas acho que vou votar nulo. Dificilmente a Dilma vai ganhar. O Lula deveria ter indicado outra pessoa. Ou deixa o Lula lá que é melhor."

Filho tucano e mãe petista
Na casa da família Silva, outra integrante da nova classe média em Santo André (SP), a divisão de opinião é pelo partido preferido, e não pelos pré-candidatos.

O analista de suporte e estudante de publicidade Lucas Wesley da Silva, de 22 anos, disse que votará no PSDB "mesmo sem saber quem é o candidato". "É raro falar de política no trabalho, não costumo ver notícias porque não dá tempo, mas acho que o PSDB é o mais responsável, mais preparado, pelo que a gente vê na televisão, pelas eleições anteriores."

A metalúrgica Sônia Silva, eleitora do PT, e o filho Lucas, 22, eleitor do PSDB. Informado que o pré-candidato do PSDB é o ex-governador José Serra, ele disse conhecê-lo, embora não se lembrasse de realizações do tucano nos cargos que ocupou. Afirmou que pretende assistir "um ou dois" programas da propaganda eleitoral, mas disse que "dificilmente" deixará de votar no PSDB.

Lucas mora com a mãe, Sônia Maria Silva, de 49 anos. Sônia é metalúrgica e trabalha como cabeleireira em seu tempo livre. A renda da família é de cerca de R$ 1.800 - quase triplicou após Lucas conseguir um emprego, há um ano e meio. A família é uma das que conseguiram saltar da classe D para a C nos últimos anos.

Sempre votei no PT porque o PT é povão"Sônia Silva, metalúrgicaSônia Silva disse que deve votar na ex-ministra Dilma Rousseff. "Eu sempre votei no PT porque o PT é povão. Eu acredito que vai continuar tudo bem se o PT continuar", disse. Afirmou, no entanto, que só votará em Dilma por Lula. "Só voto nela por ele. Dela eu só sei que teve problema de câncer e mais nada."

Mãe e filho concordam sobre qual deve ser a bandeira do candidato que quiser chegar ao Palácio do Planalto neste ano: moradia. A família, que mora de aluguel, disse que há dois anos procura uma casa para comprar, sem encontrar nada "de qualidade" dentro do orçamento.


Classe média na campanha

As mudanças na composição das classes sociais estão na mira dos pré-candidatos. O primeiro movimento partiu do PT. Em programa partidário em cadeia nacional no último dia 13, com Dilma como protagonista, apresentou o governo Lula como responsável pela mobilidade social recente no país.

"Ascensão social dos brasileiros: com FHC e Serra, insignificante. Com Lula e Dilma, 31 milhões entraram na classe média e 24 milhões saíram da pobreza absoluta", afirmava o locutor do programa. O PSDB diz que houve propaganda eleitoral antecipada e pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) punição ao PT, Lula e Dilma.

Para o economista Marcelo Neri, da FGV, que estuda a mobilidade de classes no país, houve mais ascensão social no governo Lula, mas o resultado da gestão anterior não é insignificante. Segundo ele, 9,1% da população ascendeu socialmente de 1993 a 2002, índice que ficou em 14,6% de 2003 a 2008.

Números à parte, vencerá a eleição quem melhor captar os anseios desse setor em crescimento, afirma o publicitário André Torretta, autor de “Mergulho na Base da Pirâmide” e dono de uma consultora especializada em marketing e negócios para a nova classe média. “Essa transformação social muda a agenda da eleição. O grande tema das últimas campanhas sempre foi o emprego. Pela primeira vez não será.”

Thiago Guimarães e Mariana Oliveira
Do G1, em São Paulo

sábado, 22 de maio de 2010

As razões do mal


A procuradora Vera Lúcia, acusada de torturar a menina que pretendia
adotar, tenta justificar sua crueldade culpando a criança. Uma testemunha
afirma que ela também batia na mãe. Como uma bruxa má, não
demonstra nenhum arrependimento e sua lógica é a da desrazão.

Os contos de fadas, cujos heróis enfrentam bruxas malvadas e lobos maus, inevitavelmente acabam bem. São uma forma de as crianças encararem e exorcizarem seus medos e angústias, dizem os psicanalistas. Mas, só no Brasil, há milhares de meninos e meninas que descobrem, desde muito cedo, que bruxas malvadas e lobos maus podem existir de verdade - e, pior, habitar a casa onde eles moram. A procuradora aposentada Vera Lúcia de Sant’Anna Gomes, de 66 anos, é uma dessas bruxas malvadas de carne e osso. Presa de número 323 010 do Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, ela se entregou à polícia depois de passar oito dias foragida, acusada de torturar com frieza e fúria uma menina de 2 anos que estava sob sua guarda. Na semana passada, Vera Lúcia falou a VEJA. Estava vestida com o uniforme das presidiárias - blusa branca de malha, calça azul e chinelos de dedo -, tinha o cabelo pintado de loiro em desalinho e as unhas cor de vinho. Com os olhos fixos e a voz exaltada, ela negou a série de maus-tratos de que é acusada de infligir a T.E., a menina que estava prestes a adotar - mas assumiu sem nenhum fio de remorso a humilhação a que submeteu a criança. "Chamei a garota de cachorra mesmo", afirmou. E acrescentou: "Mas chamar alguém de cachorro não é ofensa. Os cães são mais amigos e leais do que muito ser humano por aí". Durante os 29 dias em que a pequena T.E. ficou sob os seus cuidados provisórios (os papéis para formalizar a adoção estavam correndo na Justiça), a procuradora a manteve trancafiada em um quarto. T.E., afirmam testemunhas, era alvo de xingamentos constantes e recebeu tantas surras que mal conseguia abrir os olhos, de tão inchados. Foi nesse estado que representantes do conselho tutelar a encontraram quando foram à casa de Vera Lúcia, movidos por uma denúncia anônima. T.E. passou três dias no hospital para tratar dos ferimentos. Hoje, de volta ao abrigo de menores onde vivia, ela pouco come e quase não fala. Quando um estranho chega perto, assusta-se e foge.

O que faz alguém ser capaz de cometer tamanha brutalidade? E, sobretudo, o que faz alguém capaz de tal brutalidade querer adotar uma criança? A monstruosidade da procuradora é identificada por especialistas como típica dos psicopatas. Eles são capazes de entender intelectualmente a diferença entre o bem e o mal, mas não demonstram ter aquelas emoções que estão na base do senso moral das pessoas - como ilustra o caso de Vera Lúcia. "Ela não se compadece da dor alheia, não dá sinais de arrependimento e parecia ter prazer em subjugar a menina", afirma o psiquiatra Joel Birman. Vários episódios na biografia da procuradora revelam essa agressividade. Uma amiga da família de Vera Lúcia contou que, certa vez, recebeu a visita da mãe da procuradora, Maria de Lourdes, que viveu com a filha até morrer, em 2004. Segundo essa amiga, Maria de Lourdes confidenciou-lhe que, quando se enfurecia, Vera Lúcia lhe dava "uns tapas". "Fiquei em choque", disse a mulher a VEJA. Em delegacias do Rio, há registro de quinze boletins de ocorrência envolvendo a procuradora. Um dos casos ocorreu em 2008, ano em que ela estava às voltas com outro processo de adoção. Durante uma das visitas ao bebê, soube que a mãe havia desistido de entregá-lo (quatro anos antes, sua primeira tentativa de adoção tivera o mesmo desfecho). Raivosa, arrancou do recém-nascido as roupas que havia comprado. Não satisfeita, fez denúncia caluniosa contra a mulher, a quem acusava de querer vender a criança. A delegada que colheu seu depoimento, Maria Aparecida Mallet, lembra: "Ela agia de forma prepotente e tentava me intimidar: ‘Sabe que eu sou procuradora do estado?’".

Proveniente de uma família do subúrbio carioca, filha de um médico e de uma dona de casa, Vera Lúcia nunca manteve laços estreitos com os parentes, tampouco com seus ex-colegas no Ministério Público Estadual, onde trabalhou durante quinze anos. "Era muito competitiva, dada a picuinhas, e se achava a dona da verdade. Ninguém queria ficar perto dela", resume um ex-chefe. Depois que se aposentou, doze anos atrás, a procuradora passou a preencher o tempo com os animais de estimação (tem um poodle e dois gatos siameses), viagens de cruzeiro para o Nordeste e o tarô, que costumava jogar na internet para colegas de comunidades virtuais chamadas, nem tão ironicamente no seu caso, Caldeirão, Vassoura e Intuição e Magia Prática. Na denúncia contra ela encaminhada à Justiça consta a suspeita de que faria parte de uma seita satânica. Uma testemunha conta que viu, em seu apartamento de 200 metros quadrados, no bairro de Ipanema, Zona Sul da cidade, vodus e bonecos com rosto desfigurado, ladeados por imagens de Buda e uma coleção de 150 baralhos de tarô. Era ali que a procuradora costumava ficar reclusa. Diz o seu sobrinho Carlos Ariosto: "Ela é tão fechada que não chegou nem a apresentar à família a menina que iria adotar".

Casada duas vezes (uma delas com seu atual advogado, Jair Leite Pereira), Vera Lúcia optou por não ter filhos. Mas de seis anos para cá andava obcecada pela ideia de adotar uma criança. Chegou a escrever, no Orkut, a uma comunidade que reúne pretendentes à adoção: "Quero finalmente formar a família que nunca tive". Seu objetivo declarado era ter a quem deixar sua pensão como procuradora, hoje de 23 000 reais, e os bens, entre os quais uma casa debruçada sobre a valorizada Praia de Geribá, em Búzios. Esse tipo de argumento normalmente desqualifica o candidato à adoção por não traduzir um desejo genuíno de maternidade. Mas não é o único dado absurdo no processo que levou a procuradora a obter a guarda de T.E. A autorização do estado para que alguém com evidentes problemas psicológicos acolhesse uma criança em casa expõe as fragilidades da lei de adoção no Brasil - tanto a antiga, que vigorava quando Vera Lúcia conseguiu a autorização para adotar, quanto a atual.

Ronaldo Soares e Roberta de Abreu Lima Revista Veja

O que você acha disso? Mais de 7 mil presos vão votar em SP

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo divulgou que 7.492 presos provisórios e adolescentes internados, em 128 estabelecimentos, decidiram votar nas eleições deste ano. Esse número representa 37,5% dos cerca de 20 mil presos que poderiam votar. Muitos decidiram não se inscrever, mas outros não conseguiram levantar a documentação a tempo.

Na capital, terão votação apenas o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros III e o Presídio Militar Romão Gomes, além das unidades da Fundação Casa, antiga Febem. Os demais estabelecimentos prisionais foram excluídos por serem considerados de alto risco para o processo eleitoral. Dos 7.492 que optaram pelo voto, 4.790 são presos provisórios internados em locais de baixo e médio risco e o restante pertence à Fundação Casa.

Há uma preocupação dos órgãos de segurança para evitar o “voto de cabresto” por parte de facções criminosas. O governo de São Paulo promete investigar possíveis pressões contra presos e familiares.

(Fernando Mello)Revista Veja

Dilma e Serra empatam na corrida presidencial, diz Datafolha

Petista e tucano empatam com 37% das intenções de votos
Pesquisa ouviu 2.660 pessoas, entre quinta (20) e sexta-feira (21).

Pesquisa realizada pelo Datafolha e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, neste sábado (22), aponta empate na corrida presidencial entre a pré-candidata Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB. Cada um soma 37% da preferência do eleitor. A pré-candidata Marina Silva (PV) segue em terceiro lugar, com 12% das intenções de votos.

Na comparação com a última pesquisa Datafolha, realizada em 15 e 16 de abril, Dilma teve uma alta de sete pontos percentuais de 30% para 37%. Já Serra caiu cinco pontos, saindo de 42% para os mesmos 37%.

Pesquisa espontânea
Na pesquisa espontânea, quando os entrevistados não são apresentados a uma lista com os nomes dos candidatos, a curva da intenção de voto de Dilma continuou a descrever curva ascendente. Ela tinha 8% em dezembro. Em abril, estava com 13%. Agora, foi a 19% e está isolada em primeiro lugar. José Serra pontuou 14% - ele também vem subindo nesse quesito, mas em ritmo mais lento.

Também na pesquisa espontânea, há também 5% que dizem ter intenção de votar em Lula, que não pode ser candidato. Outros 3% declarar querer votar no "candidato do Lula". E 1% respondem "no PT" ou no "candidato do PT".

Em tese, portanto, o potencial de voto espontâneo em Dilma pode ser de 28% - os seus 19% e mais outros 9% dos que desejam votar em Lula, em quem ele indicar ou em um nome apresentado pelo PT.

O instituto realizou a pesquisa na quinta-feira (20) e nesta sexta (21). 2.660 pessoas foram entrevistadas.

De acordo com o Datafolha, 5% dos pesquisados votariam em branco, nulo ou em nenhum candidato. Os indecisos somam 9%.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Quase mais emocionante que o futebol

Sai a lista dos convocados em junho. Os nomes daqueles que podem atuar no jogo de outubro. O funil onde milhares buscam um espaço, mas só poucos conseguem sucesso. A partida mais emocionante que futebol será realizada dentro de cinco meses. Até lá, o treinador terá tempo de escolher os melhores jogadores.

O técnico é o eleitor que pode ganhar ou perder, assim como na Copa do Mundo. Dunga pode virar campeão ou virar boneco de malhação de Sábado de Aleluia. Como no futebol, a política partidária não é matemática. Depende de uma série de atenuantes e condicionantes.

É a subjetividade na busca de votos que determina o resultado final. Mas como numa partida de futebol, na campanha eleitoral é preciso seguir determinadas regras e optar por esquemas táticos para se chegar ao gol - no caso a contagem dos sufrágios.

No futebol moderno, como na política partidária, não se admite amadorismos. Vence quem estiver mais qualificado, mas há sempre um risco de perder e da zebra disparar. Como em qualquer campeonato, as eleições reservam surpresas. Dunga diz que não entra numa competição para perder. Não quer brincar de fazer de conta. Mas depende de coadjuvantes, dos jogadores e até dos cartolas. Assim é na política.

Para um governador vencer a peleja, está sujeito à escalação de seus candidatos. Da força da sua mensagem e da vontade de convencimento dos seus assessores, dos cabos eleitorais e por fim, da sensibilidade do eleitor.

O futebol é um esporte coletivo. São 22 jogadores em busca da vitória com apenas uma bola. Um árbitro e dois auxiliares, um juiz reserva e mais uma equipe de bastidores garante um mínimo de civilidade.

Na arquibancada, torcidas aplaudem, choram e xingam. Na política, o respeito às regras é exercido pela Justiça Eleitoral com seus auxiliares, o Ministério Público e a polícia. E de olho em todos está a Imprensa a registrar os fatos, a comentar os acontecimentos.

No futebol os modernos recursos digitais promovem um circo visual. Jogadas podem ser repetidas. Zooms e closes ao alcance do controle remoto. A interação narrador-torcedor estimula o debate. O show, portanto, vai muito além das quatro linhas.

Como no futebol, onde o centro do espetáculo é o jogador, as jogadas e o gol, na política partidária o candidato é a estrela. As jogadas são as articulações, os discursos e as mensagens. O gol é feito na urna eletrônica, mas quem chuta e marca é o eleitor.

A vitória não é comemorada no minuto seguinte. Ela depende da atuação do elenco vitorioso. Somente ao longo de quatro anos é que a gente vê se o chute foi bem dado ou não.

Futebol é diversão, é espetáculo e lazer. Eleição também é isso, mas essa bandeira da democracia precisa estar sempre levantada e seus jogadores diariamente vigiados.
(*) Gilmar Corrêa

Terminal de Ônibus Meia passagem será reativado em Jaguariaíva


O Terminal de ônibus da Praça Getúlio Vargas, construído em 2005 e desinstalado há três anos voltará a funcionar. Os usuários pagarão meia passagem.
Na última semana o projeto de lei do vereador Divael da Silva Melo (DEM) autorizando o executivo a operacionalizá-lo novamente, foi aprovado por unanimidade em segunda votação, agora o projeto segue para a Sanção do Prefeito Otélio Renato Baroni (PT). Para que isso fosse possível o Legislativo revogou uma lei municipal de 2007.
O Projeto cria uma alternativa, com o itinerário Jardim Samambaia ao bairro Primavera, devendo o embarque e o desembarque de passageiros acontecerem em pontos já definidos, com o valor da tarifa integral (R$ 1,70). As tarifas para os trajetos Jardim Primavera/Centro e Jardim Samambaia/Centro, bem como os deslocamentos inversos, ficam fixadas a metade do valor (R$ 0,85). blog do V. Gilberto Mussi

Prefeitos ainda empregam esposa na Assistência Social

Em algumas regiões do País, esse índice surpreende: no Centro-Oeste, 51,9% das gestoras são casadas com o prefeito. No Norte, isso ocorre em 38% dos casos. Em Roraima, na região Norte esse índice chega a 73,3%

A Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2009 revelou que uma prática antiga, que se julgava ultrapassada, ainda é realidade em quase um quarto dos municípios: a primeira-dama ainda é a titular da pasta de assistência social. Em algumas regiões do País, esse índice surpreende: no Centro-Oeste, 51,9% das gestoras são casadas com o prefeito. No Norte, isso ocorre em 38% dos casos. Em Roraima, na região Norte esse índice chega a 73,3%.

"Acreditava-se que a presença da primeira-dama (nas secretarias de assistência social) estivesse abolida. Por isso foi uma surpresa grande quando encontramos a primeira-dama como gestora de assistência social em 1.352 municípios", afirmou a gerente da pesquisa, Vânia Pacheco. "Não estamos desmerecendo a figura da primeira-dama. Mas esta é uma prática antiga, que representa uma política assistencialista".

O dado positivo é que quase a metade delas havia concluído o ensino superior (47,4%); 42,1% das primeiras-damas tinham o ensino médio completo. Mas ainda havia aquelas que tinham apenas o ensino fundamental (6,9%) e as que nem sequer terminaram essa etapa (3,6%). Presidente da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), Elaine Rossetti Behring, avaliou que a prática "desprofissionaliza a assistência social e retira o caráter de política pública da pasta". "Reproduz-se, assim, o clientelismo e o assistencialismo".
Agência Estado

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Adolescente confirma à polícia ter sido assediado pelo padre Silvio Andrei

Sem revelar detalhes do interrogatório alegando segredo de Justiça, o delegado Marcos Belinati se limitou a dizer que o garoto confirmou a versão apresentada pelos policiais.

Um adolescente de 15 anos confirmou, em depoimento à polícia nesta quinta-feira (20), que teria sido abordado e assediado pelo padre Silvio Andrei no início da madrugada de domingo (16), em Ibiporã, Norte do Paraná. Sem revelar detalhes do interrogatório alegando segredo de Justiça, o delegado Marcos Belinati se limitou a dizer que o garoto confirmou a versão apresentada pelos policiais. O sacerdote palotino foi preso no domingo nu e com sinais de embriaguez dentro do próprio carro.

O garoto foi encontrado também pela reportagem da TV Coroados na quarta-feira (19) e, em entrevista gravada com autorização dos pais, contou que o padre teria oferecido propostas sexuais. Segundo o adolescente, a abordagem foi na saída de Ibiporã, em um trecho próximo de onde o padre foi preso. O garoto, que tem 15 anos, voltava para casa quando um veículo se aproximou. “Ele perguntou se eu sabia onde tinha um bordel”, disse o rapaz, em entrevista ao repórter Marcelo Rocha, TV Coroados. Segundo a reportagem, o adolescente continuou andando e foi seguido pelo carro, sendo abordado novamente.
Na segunda abordagem, o garoto teria recebido a proposta de sexo oral. O rapaz disse ter ficado sabendo que era o padre Silvio Andrei somente no dia seguinte. O delegado Marcos Belinati contou apenas que o adolescente confirmou a versão dos policiais que atenderam ao caso. Já o advogado que defende o religioso, Walter Bittar, que é preciso cautela. “É uma parte da história que a gente tem que ter cuidado”, ressaltou o advogado.

O advogado disse que o depoimento do adolescente já era esperado. “Já esperávamos isso, depois de termos juntado algumas imagens no processo”, afirmou. De acordo com Bittar, as informações do adolescente não refletem “o que está nas investigações”. “Uma coisa é respaldar a versão policial. Outra coisa é ser a mesma versão do policial”, declarou. Após ver o teor do depoimento, o advogado disse acreditar que há uma conspiração contra o padre. “O depoimento é prova de que montaram uma versão para prejudicar o padre Silvio Andrei”, afirmou.

Bittar contou que conversou por telefone com o padre Silvio Andrei nesta quinta-feira. “Ele disse que tudo isso é um absurdo”, revelou. O advogado viaja a São Paulo nesta sexta-feira (21) para se encontrar com o sacerdote. A reportagem não conseguiu contato com o padre Silvio Andrei.

Abuso policial

No inquérito instaurado para apurar abuso policial na prisão do padre Silvio Andrei, além de analisar imagens do circuito interno de câmeras da delegacia, a polícia já apreendeu um celular com imagens da prisão do sacerdote. “Apreendemos um telefone que foi usado para fazer imagens do padre. É o telefone que aparece nas fotos divulgadas do padre”, explicou o delegado Marcos Belinati. De acordo com ele, a imagem é um vídeo do celular de um policial militar que mostra momentos em que o padre estava na delegacia.

Outra providência que o delegado de Ibiporã vai tomar é encaminhar ofícios para veículos de comunicação que tenham recebido e divulgado imagens do sacerdote algemado e nu, na delegacia. “Vamos verificar como tiveram acesso a essas imagens do padre naquela situação. Vamos ouvir o pessoal da imprensa”, afirmou Belinati. Os depoimentos ainda não começaram.
Fábio Luporini: Jornal de Londrina

Ficha Limpa só vai atingir políticos que forem condenados após sanção

No trecho sobre a concessão do registro, a expressão “os que tenham sido condenados” foi substituída por “os que forem condenados"Uma alteração no texto do Projeto Ficha Limpa, aprovado pelo Senado, deixará candidatos conhecidos no cenário nacional – como Joaquim Roriz e Paulo Maluf – fora da abrangência da lei. No trecho sobre a concessão do registro, a expressão “os que tenham sido condenados” foi substituída por “os que forem condenados”. Com isso, a regra só vai ser aplicada aos casos de candidatos condenados após a sanção da medida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Demóstenes Torres (DEM-GO), explicou que a alteração foi feita apenas na redação da proposta e que, na prática, os políticos com condenações anteriores à lei serão punidos com base na atual Lei de Inelegibilidade.
“Gostaria que essas pessoas não pudessem se candidatar. Mas temos um parâmetro jurídico. A lei age para frente, e não para trás”, disse. “Foi apenas a mudança de um tempo verbal. E a lei atual é rigorosa”, completou.

Segundo Demóstenes, as alterações foram feitas para facilitar os julgamentos. Das nove emendas feitas pela Câmara ao projeto, quatro traziam a expressão “os que forem condenados”, quatro falavam em “os que tenham sido condenados” e uma não fazia menção ao tempo. “Ia virar uma confusão na cabeça do legislador”, comentou. Mas, o
assunto deverá passar pelo crivo do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.

Os candidatos que renunciaram no passado para fugir da perda do mandato, com a nova lei, também cumprirão prazo de inelegibilidade. Políticos como o ex-senador Joaquim Roriz, se tivessem renunciado na vigência da nova lei, ficariam 16 anos sem poder se candidatar novamente: os oito anos do mandato de senador, mais os oito anos da inelegibilidade.

Quanto ao texto aprovado na noite de quarta-feira (19), o senador foi claro: ele vai dar uma nova conotação às eleições. Práticas como caixa 2, compra de voto e crime eleitoral – que antes resultavam apenas em perda de mandato agora geram inelegibilidade.

O impedimento de concorrer às eleições abrange candidatos condenados por órgão colegiado e também com sentenças transitadas em julgado. Demóstenes explicou que, por isso, não adianta o candidato com condenação apenas em primeira instância desistir do recurso pensando que, assim, poderá concorrer. “Não adianta ser espertinho. A lei atinge também decisões transitadas em julgado”, disse.
Agência Brasil

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Estelionatário usa o nome de Deus para aplicar golpe do "cheque divino"

Na porta de uma agência bancária, golpista conseguiu levar R$ 2 mil. Mas depois se deu mal

O "golpe da fé" aliado a muita lábia fez mais uma vítima hoje (19) em Curitiba. Cassiano Mariano Souza, de 30 anos, foi preso pela PM hoje (19) em uma agência bancária na rua Júlio César Ribeiro de Souza, no bairro Hauer. Souza aplicou o seguinte golpe: ele estava do lado de fora da agência com um cheque sem fundos de R$12 mil e uma Bíblia. Quando o estelionatário viu que um cliente sacou R$2 mil e estava saindo da agência ele derrubou o cheque propositalmente, quando a vítima - que não teve o nome divulgado – apanhou o cheque, Souza a abordou. Ele dizia que Deus havia colocado aquele cheque no caminho da vítima, e que ele daria o cheque por qualquer quantia que a pessoa tivesse no bolso.

O cliente deu os R$ 2mil recém sacados e levou o cheque sem fundos. Quando percebeu o golpe, a vítima entrou em contato com a PM que conseguiu prender o Cassiano de Souza ainda na agência.

Souza também foi encaminhado ao 7º Distrito da Polícia Civil onde deve responder pelo crime de estelionato. Tamy Antunes e Tiago Silva. Banda B

Vídeo polêmico no encontro de prefeitos

Um vídeo que descreve o périplo de um prefeito pelos gabinetes de Brasília em busca de verbas para seu município causou polêmica durante a participação dos presidenciáveis, na manhã de hoje, na Marcha dos Prefeitos, em Brasília. Durante sua exposição, José Serra (PSDB) se referiu mais de uma vez à produção (“Cadê o vídeo?”) e disse que gostaria de assisti-lo. Pessoas envolvidas na organização do evento explicaram que não havia como atender o pedido do tucano naquele momento.De acordo com apoiadores que acompanhavam Serra, a não exibição do vídeo foi uma exigência de Dilma Rousseff (PT) para comparecer, pois a peça teria sido considerada demeritória das ações do governo Lula.

Veja o vídeo

Ficha Limpa é aprovado pelo Senado e vai à sanção do Presidente Lula

O Senado acaba de aprovar, por unanimidade, o projeto Ficha Limpa que veta a candidatura de pessoas condenadas pela Justiça. O projeto segue para sanção do presidente Lula.

Apesar de ter sido aprovada antes da realização das convenções partidárias (previstas para junho), ainda não há consenso jurídico se a proposta vale para as eleições de outubro.

A votação do Ficha Limpa de hoje só foi possível após o presidente interino do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), adotar o mesmo sistema de votação da Câmara.

Ou seja, iniciou uma sessão extraordinária para votar o projeto antes das medidas provisórias (MPs) que trancam a pauta. A medida foi adotada pela primeira vez no Senado.

Perillo assumiu o comando do Senado após o senador José Sarney (PMDB-AP) viajar para Nova Iorque na última segunda-feira (17).

Antes da votação do Ficha Limpa, governo e oposição chegaram a um acordo para votarem os projetos que criam o marco regulatório do pré-sal.

Pelo acordo, a criação do Fundo - que financiará projetos de desenvolvimento social - será votada no dia 8; a capitalização da Petrobrás no dia 9;. e a criação da Petrosal no dia 16.

De autoria de iniciativa popular, o Ficha Limpa chegou ao Congresso Nacional, em setembro do ano passado, com o apoio de 1,5 milhão de brasileiros.

Confira os principais pontos do projeto:

1)Impede a candidatura de políticos condenados por órgão colegiado (mais de um juiz). Neste caso, a pessoa condenada ainda pode apresentar recurso a uma instância superior para suspender a inelegibilidade.

Por exemplo: se um deputado for condenado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ele pode pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a suspensão da inelegibilidade. Após o julgamento dessa suspensão, o colegiado julgará a conduta que gerou o processo.

2) Fica inelegível aqueles que cometerem crimes como: corrupção e gasto ilícito de campanha; doação ilícita e/ou compra de votos; crimes ambientais graves e contra a saúde pública; abuso de autoridade; racismo;tortura; terrorismo; hediondos entre outros.

3) Fica inelegível o parlamentar que renunciar ao mandato para evitar o julgamento por quebra de decoro.

4) Aumenta de três para oito anos o período de inelegibilidade.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Buraco negro entre governo e sociedade

Diante do pedido de urgência para se votar o projeto da "ficha limpa", irritado com a pressa de mais de 1 milhão e 800 mil assinantes pedindo aprovação, o senador Romero Jucá produziu uma frase definitiva que ilumina o País: "Este projeto Ficha Limpa não é um projeto do Governo; é da sociedade..."


Com raro e inspirado brilho, o senador, líder do governo Lula, o homem das sete fazendas imaginárias, deu-nos um show de ciência política. A frase é uma síntese do Brasil. É como se o inefável Jucá dissesse: "O tempo do governo é diferente do vosso. O problema é de vocês ? apressadinhos comem cru."

Sérgio Buarque de Holanda teria aplaudido este belo resumo de nossa organização política e poderia completar, como em seu livro seminal Raízes do Brasil: "...para o funcionário patrimonial a própria gestão política se apresenta como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere, relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses em que prevaleçam a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos cidadãos (...) a democracia no Brasil sempre foi um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la a seus direitos e privilégios, os mesmos privilégios que tinham sido no Velho Mundo o alvo da luta da burguesia contra os aristocratas. E assim puderam incorporar à situação colonial, ao menos como fachada ou decoração, alguns lemas que pareciam os mais acertados para a época, exaltados nos livros e discursos..."

Para políticos como Jucá, a única "democracia" é um vago amor pelos amigos, uma poética queda para a camaradagem, a troca de favores, sempre com gestos e abraços risonhos, na doce pederastia de uma sociedade secreta. Somos tecnicamente uma "democracia", que é vivida por eles como porta aberta para oportunismos, pois a "cana" é menos dura...

A frase iluminada de Jucá mostra-nos que há uma fenda secular, um abismo entre sociedade e governo, que há uma inversão de valores ? o governo tem vida própria e a sociedade existe apenas para legitimá-lo. O Estado é uma ilha de interesses políticos habitado por uma "sociedade" feita de 513 deputados, 82 senadores, funcionários públicos, etc... A frase de Jucá pode ser montada com o belo chiste do Tuma Jr., com seu corpanzil de leão-marinho barbudo: "Tirem o cavalo da chuva... Não vou sair!" Sair por quê? Sair de sua "casa", de sua "propriedade", logo ele que sabe dos segredos de alcova de seus colegas, ele, que administrou ate o caso de Celso Daniel como delegado? "Não vou cair calado!", berrou. Não é sublime tudo isso? Nunca antes, em nossa história, alianças tão espúrias tiveram o condão maravilhoso de nos ensinar tanto sobre o Brasil. A cada dia, nos tornamos mais sábios, mais cultos sobre essa grande chácara de oligarquias.

Lula teve a esperteza política de usar essa anomalia secular em proveito de seu governo. Todos os presidentes têm de fazer isso, senão não governam, sabemos. Mas, Lula protegeu demais as mentiras para que a falsa verdade do País permaneça. Viciou malandros com uma dieta gorda, cevou-os com uma fé na impunidade sem limites que abriu um caminho difícil de fechar. Aliás, esta foi a realização mais profunda do governo Lula: o escancaramento didático do patrimonialismo burguês e o desenho de um nascente patrimonialismo de Estado.

Sinto nesses sintomas parlamentares a volúpia de ir contra o senso comum, contra o que a maioria pensa; há uma postura sádica de contrariar a população, de proteger uma obscuridade secreta, de defender o direito à mentira como um bem precioso, um direito natural. Eles se banham na beleza de um "baixo maquiavelismo", no cinismo dos conchavos, atribuem uma destreza de esgrima às chantagens e manipulações. "Esperteza" é um elogio muito mais doce do que "dignidade". Lembram da resistência espantosa de Renan para não sair da presidência da Câmara? Isso parece até um "heroísmo" em prol do personalismo colonial atávico, contra esta "violência" que cidadão "menores" chamam de "interesse público".

Precisamos entender que o Atraso é um desejo, uma ideologia. Eles são fabricados entre angus e feijoadas do interior, em favores de prefeituras, em pequenos furtos municipais, em conluios perdidos nos grandes sertões. O atraso dá lucro.

Se o desejo da sociedade se impuser, se a transparência prevalecer, como viverão felizes as famílias oligárquicas? Como vão vicejar as fazendas imaginárias, as certidões falsificadas, os rituais das defraudações, as escrituras e os contratos superfaturados? Que será da indústria da seca, não só da seca do solo, mas a seca mental, em que a estupidez e a miséria são cultivadas para criar bons serviçais para a burguesia semifeudal? Como ficarão as doces camaradagens corruptas em halls de hotel, os almoços gordurosos, as cervejadas de bermudão, as gargalhadas, as "carteiradas" autoritárias, os subornos e as chaves de galão? Como serão os jantares domingueiros, como manter a humilhação e a fidelidade consentida das esposas de botox, o respeito cretino dos filhos psicopatas? Como se manterá a obediência dos peões, dos capatazes analfabetos? Que será do "sistema" cafajeste e careta que rege o País?

Os congressistas talvez acolham o projeto "Ficha Limpa" pela pressão popular e pela proximidade das eleições; mas, tudo a contragosto, com medo de que sejam desarmados os curraizinhos onde paparicam seus eleitores, com medo de perder o frisson dos jaquetões lustrosos, dos bigodes pintados, das amantes nos contracheques, das imunidades para humilhar garçons e policiais.

Eles formam um país isolado. Eles detestam tudo que os obrigue a "governar" o outro país, a chamada "sociedade". Estão no Congresso para se proteger de fichas sujas, para levar "vantagem em tudo, certo"? Senão, qual a vantagem da política?
Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo



Suplicy consegue assinaturas para acelerar Ficha Limpa

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) conseguiu recolher as assinaturas de todos os líderes partidários para dar caráter de urgência ao projeto Ficha Limpa. Apenas o senador Mão Santa (PI), único senador do PSC, e a senadora Marina Silva (AC), única senadora do PV, não assinaram o documento. Mão Santa está viajando e Marina está licenciada do cargo. O caráter de urgência deve ser colocado em votação amanhã, no plenário do Senado.

A proposta de dar urgência ao projeto Ficha Limpa partiu do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), depois que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) anunciou que o governo não aceitará retirar a urgência dos projetos de lei do pré-sal. Virgílio também encaminhou uma questão de ordem à Mesa Diretora perguntando se, com essa urgência apoiada por todas as lideranças, seria possível, a exemplo do que já faz a Câmara dos Deputados, votar o projeto Ficha Limpa em sessão extraordinária, mesmo com os projetos do pré-sal trancando a pauta do dia.

O vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), informou que até amanhã, às 10h a questão de ordem será respondida.
Agência Estado

Pesquisa Vox Populi para Governador no Paraná

Uma pesquisa do instituto Vox Populi divulgada agora à noite pela Band TV indica que, se as eleições fossem realizadas hoje, haveria segundo turno nas eleições paranaenses.
Mas se o Senador Osmar Dias desistir da candidatura ao governo e apoiar Beto Richa, a eleição acabará no primeiro turno concerteza.

Segundo a sondagem, Beto Richa (PSDB) tem 40%; Osmar Dias (PDT) possui 33%; Orlando Pessuti (PMDB) atingiu 10%; e Rubens Bueno (PPS) tem 3%.

Luiz Felipe Bergman (PSOL) e Paulo Salamuni atingiram 1% cada e Lineu Tomass (PMN) ficou no 0%.

Pelos números, a disputa seguiria para a segunda etapa.



A pesquisa ouviu 700 eleitores do Paraná entre 8 e 12 de maio. Nesse levantamento, 10% não souberam informar em quem votariam e 2% votaria em branco ou anularia o voto. A margem de erro é de 3,7%.