domingo, 25 de março de 2012

Noves fora

Nove anos depois de chegar ao Planalto – quase três como ministra de Energia, cinco como ministra da Casa Civil e há mais de um como presidente da República -, Dilma Rousseff descobriu, assim, de repente, que vinha fazendo tudo errado.

E não só na lida inábil e atrapalhada com a sua base de sustentação, mas em tudo. Na relação com sindicalistas e com o setor produtivo, no controle de seu gigantesco ministério, nas ações de seu governo.

E a presidente estaria disposta a mudar velhas práticas. Pelo menos foi o que anunciou o seu novo líder no Senado, Eduardo Braga.

Seria fabuloso, não fosse próximo à ficção.

É sensacional imaginar rasteiras em gente como José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá. Mas qual o quê. Ao invés disso, Dilma escalou cinco ministros para acalmar a turma da pesada e tentar estancar a crise no Congresso.

E ninguém crê que Alexandre Padilha (Saúde), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Paulo Bernardo (Comunicações) têm alguma possibilidade de êxito só pelos belos olhos.

Na gestão do governo, tudo é ainda mais alarmante. Para acelerar o PAC, com algumas obras atrasadas em até quatro anos, a idéia de Dilma foi a de cobrar in loco. Se suas visitas conferirão celeridade, não se sabe. Mas os preços, esses sim, aceleram-se em uma velocidade estonteante.

Só a transposição do Rio São Francisco - prometida para 2010, mas que não ficará pronta antes de 2015 -, teve orçamento reajustado em 71%, segundo reportagem de Marta Salomon no jornal O Estado de S. Paulo.

O custo já havia pulado dos iniciais R$ 3,4 bilhões para R$ 4,8 bilhões. E em 15 meses sob a batuta de Dilma saltou para inexplicáveis R$ 8,2 bilhões.

A transposição é a mais escandalosa, mas poucas obras apelidadas de “estruturantes” escapam. A polêmica hidrelétrica de Belo Monte custaria R$ 19 bilhões. Hoje, os mais otimistas falam em R$ 30 bilhões, R$ 24,5 bilhões bancados pelo BNDES. A ferrovia Transnordestina seria construída até 2010 por R$ 3,4 bilhões. Já está na casa dos R$ 5,4 bilhões e o novo prazo de conclusão bate em 2014.

Pode ser que aditivos contratuais e penduricalhos que estouram os orçamentos de obras públicas não estejam inclusos na ruptura com as “velhas práticas”. E que Dilma queira limitá-la ao plano político. Se assim fosse, ela mandaria, por exemplo, investigar seu amigo e ministro Pimentel, que, até hoje, não explicou os R$ 2 milhões que recebeu como consultor que, tudo indica, não consultou.

Seria a prova dos nove. Ou então tudo é mesmo ficção.

 

Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan

sábado, 24 de março de 2012

Klabin vai investir  R$ 6,8 bilhões nos Campos Gerais

Uma grande fábrica mundial de papel, a Klabin Papel e Celulose, com base no Brasil investirá, nos próximos anos, R$ 6,8 bilhões para instalação de uma de suas unidades. Concretizado, este será o maior investimento privado na história do Paraná.

A instalação da empresa no estado ocorre após a intermediação do governo, que enquadrou a Klabin no programa de incentivos fiscais Paraná Competitivo.  A nova fábrica da empresa deve começar a funcionar em 2014 e será capaz de produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano.O governo acredita que o negócio será importante para a região, já que a área concentra cinco dos 10 municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A

cidade onde a fábrica vai funcionar ainda não foi escolhida. Porém, já se sabe que ela deve ficar em uma das seguintes cidades: Cândido de Abreu, Congoinhas, Curiúva, Imbaú, Ortigueira, Reserva, Rio Branco do Ivaí, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania.

Outra medida para garantir que toda a região se beneficie com a instalação da prática é um acordo, firmado entre o governo do estado e as prefeituras, o qual garantirá que os impostos gerados pela Klabin sejam distribuídos em toda a região e não apenas na cidade que receberá a fábrica.

A empresa disse que escolheu o Paraná por conta do solo da região, que possibilita rápido crescimento das mudas de eucalipto e pinus, principais madeiras utilizadas para a produção de papel.

A Klabin acredita que isso pode ajudar com que a fábrica seja capaz de competir com qualquer outra no mundo, mesmo em momentos de crise financeira.

Com informações G1

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Jaguariaívense Rocha, é o mesário mais antigo do Brasil


O Jaguariaívense José Carlos Mello Rocha atua como voluntário desde as eleições de 1950 e pretende repetir a dose em 2012, quando chega aos 81 anos. A experiência acumulada o levou a defender o fim do voto obrigatório. Para ele, a escolha seria mais consciente.

Fonte: Gazeta do Povo

sexta-feira, 16 de março de 2012

Acidente na PR 092 em Arapoti













Acidente aconteceu hoje pela manhã na PR 092 em Arapoti- Pr.
A carga de madeira caiu do caminhão que veio a tombar, esparramando toras pela pista, um outro caminhão tanque que seguia sentido Wenceslau Braz foi atingido saindo fora da pista, as toras chegaram a entrar nos terrenos de casas vizinhas a pista.
Não houve vítimas.

quarta-feira, 14 de março de 2012

PPS aciona MP contra aumento de até 66% para prefeito de Jaguariaíva

O PPS vai protocolar nesta quinta-feira (15/03) uma representação no Ministério Público Estadual do Paraná pedindo a abertura de inquérito civil público para apurar a legalidade do reajuste de até 66% para o prefeito, secretários e vereadores do município de Jaguariaíva.

O aumento foi aprovado pela Câmara Municipal no último dia 8 de março. Para o partido, trata-se de uma flagrante imoralidade, além de configurar abuso e má aplicação do dinheiro público

Se o pedido for acatado pelo promotor do município, poderá dar origem a uma Ação Civil Pública questionando a legalidade do aumento. “É um absurdo os vereadores, com apoio do prefeito, concederem um aumento de até 66%, enquanto os servidores públicos da cidade receberam pouco mais de 20% de reajuste nos últimos quatro anos. Além disso, trata-se de dinheiro do contribuinte que podia ser investido na melhoria dos serviços públicos e da qualidade de vida da cidade”, critica o presidente do diretório estadual do PPS no Paraná, deputado federal Rubens Bueno.

Com o reajuste, que entre em vigor a partir de 2013, o salário do prefeito passará de R$ 13 mil para R$ 18 mil, o mesmo que recebe o prefeito de Curitiba. Jaguariaíva tem 32,6 mil habitantes e a capital paranaense conta hoje com uma população de 1.851.215.
Já o contracheque do vice-prefeito subirá de de R$ 5 mil para R$ 7,1 mil. O salário dos secretários municipais é o que terá a maior alta, passando de R$ 4,4 mil para R$ 7,4 mil. Os vereadores, que até agora recebem R$ 4,1 mil em subsídios mensais, vão receber R$ 5,9 mil na próxima legislatura.
Fonte: O estado do Paraná

segunda-feira, 12 de março de 2012

Vergonha: Câmara Municipal de Jaguariaíva aprova aumento de salários

Vereadores, prefeito, vice e secretários terão reajustes que chegam a 48%, não deixem de ver esse video e veja a cara de cinismo do Verador Marquito e do Prefeito Otélio que ainda disse:, SE O POVO ACHAR QUE É MUITO QUE ESCOLHAM OUTRO PARA FICAR NO MEU LUGAR MAIS BARATO.

domingo, 11 de março de 2012

Arrogância e lágrimas

Em junho de 2003, o Senado rejeitou a indicação de Luiz Alfredo Salomão para a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na época, o PMDB aproveitou-se do ódio de José Sarney por Salomão, que, uma década antes, tentara quebrar o sigilo de Roseana Sarney na CPI do Orçamento, para expor suas insatisfações com o presidente Lula.

Nove anos depois, a base aliada repetiu a dose ao rejeitar Bernardo Figueiredo para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Desta vez, um tanto pior, já que, em tese, Dilma Rousseff teria maioria de nada menos do que 54 dos 81 senadores, nessa que é aclamada como a maior de todas as coalizões de governo de que se tem notícia no país, quiçá no mundo.

A tática é quase infalível, e, desde os tempos de Lula, sempre com dirigentes de agências reguladoras. O PMDB fez igualzinho em 2005 ao rejeitar José Fantini para a ANP na Comissão de Infraestrutura. O alvo era a ministra de Energia Dilma Rousseff, madrinha do indicado.

Não é por puro acaso que a preferência por dar o tombo no governo recai sobre dirigentes das agências.

Organismos de caráter estritamente técnico, criados para regulamentar e fiscalizar serviços públicos prestados por empresas privadas, nos governos petistas elas foram tomadas de assalto pelo loteamento político. Portanto, são alvos de cobiça desvairada da base.

Pesquisa da consultoria Macropolitica, publicada no jornal Valor Econômico, revela que os cargos de direção das agências estão partilhados entre PT, PMDB e PCdoB. E deixam eriçados o PTB e o PR. A politização escancarada é uma das explicações para o aumento de quase 100% nos gastos das agências: R$ 733 milhões em 2004 para R$ 1,4 bilhão em 2010.

Sem autonomia, as agências viraram apêndices do governo. Funcionam com obediência cega, deixando no escuro o cidadão que ela deveria proteger. Os apagões de energia e aéreos que o digam.

Mas nada disso parece apoquentar o governo. Para aplacar a fúria da base, Dilma trama novas nomeações e fala em liberar emendas parlamentares.

Faz tudo no varejo. Distribui migalhas para acalmar famintos. Mas nem de longe acena com maturidade política. E, sem partilhar poder, aperta a corda em seu pescoço.

“Este é um momento tenso”, diz o ministro Gilberto Carvalho, perto da humildade, nesta altura pouco crível por quem se sente usado e abusado. Com apenas 14 meses de mandato, Dilma sofre as conseqüências da arrogância com que ela e o seu governo tratam tudo e todos.

Os avisos, ela tem recebido aos punhados. Resta saber se além de apelos dramáticos e lágrimas em prol da coalizão saberá o que fazer com eles.

 

Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e imprensa, @maryzaidan

domingo, 4 de março de 2012

A saúde do governo

Com média de 5,47 no IDSUS, novo índice criado pelo governo para avaliar o Sistema Único de Saúde, o atendimento público à saúde dos brasileiros agoniza. Menos de 2% da população têm serviços avaliados acima de 7. Mais de 20% amargam o descaso absoluto. E não passam de razoável os cuidados com os 73% restantes. Bom mesmo, estamos em falta. Ótimo, nem sonhar.
Se a campeã Vitória e as cidades de Curitiba, Ribeirão Preto, Florianópolis e São José do Rio Preto são mostras de que é possível gerenciar bem os recursos do SUS, alguns resultados são de arrepiar. A cidade do Rio ostenta a lanterninha, com nota 4,33. Algo que provocou a ira ao prefeito Eduardo Paes, mas que pacientes cariocas dificilmente contestarão.
Não menos vexamosa é Brasília. Debaixo do nariz do poder, daqueles que podem se tratar em hospitais nobres paulistanos, a capital do país aparece com o quarto pior índice. Um resultado que materializa o fama de que “o melhor hospital de Brasília é ponte-aérea para São Paulo”.
No SUS, São Paulo também está bem no filme: 10º lugar, com nota 6,21.
Há de se elogiar o ministro Alexandre Padilha por expor as chagas do SUS. Um passo gigantesco para definir políticas e melhorar o atendimento. Mas isso não perdoa o governo que ele integra: os resultados danosos são fruto da absoluta inoperância e de promessas feitas e não cumpridas pela presidente Dilma Rousseff e seu ex.
Lula adora botar a culpa de tudo no fim da CPMF, única grande derrota que sofreu no Senado. Mas ao prometer construir 500 UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) já sabia da rejeição popular ao imposto do cheque. Mais ainda: no palanque de Dilma, quando a CPMF já tinha caído, prometeu outras 500. No total, mil promessas, e apenas 131 UPAs estão funcionando.
O SUS é um sistema avançado. Sua concepção, que valoriza a gestão municipal e a saúde preventiva, é invejável. Mas ainda está longe da excelência proclamada por Lula em janeiro de 2010, quando, ao inaugurar uma UPA em Recife, boquirrotou: “dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui.” Uma insanidade.
Queimou a língua. E muito.
Dilma manteve o mesmo diapasão. A Saúde teve o maior corte no orçamento de 2012. Os R$ 77, 582 bilhões previstos caíram R$ 72, 110 bilhões. Já gastos com pessoal continuaram crescendo. Neste ano batem R$ 203 bilhões, 80% do total dos recursos que o país prevê arrecadar. Na última década, aumentaram mais de 200%, parte nos bolsos de companheiros.
Pelas lágrimas derramadas ao se despedir do ex-ministro Luiz Sérgio, nas contas da presidente, importa mais manter a saúde da coalizão de seu governo.

Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas em duas campanhas e ao longo de todo o seu período no Palácio dos Bandeirantes. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, @maryzaidan