Mais uma vez, estamos diante das eleições para os cargos dos Poderes Executivo e Legislativo em nível federal e estadual. O povo brasileiro deve participar intensamente da campanha eleitoral e a escolher bem os candidatos que deverão governar e legislar. O ano eleitoral é uma grande ocasião para rediscutir o Brasil e seria pena perder esta oportunidade. Tanto mais que temos muito a ser repensado em nosso País!
A reflexão séria sobre os grandes desafios do contexto atual não deveria estar ausentes no debate político entre candidatos e entre eleitores. Seria uma grande pena se o tempo fosse gasto com acusações entre os candidatos, ou para apresentar projetos vagos e irrealizáveis, só para encantar os eleitores; estes têm o direito de conhecer as propostas dos candidatos para enfrentar as grandes questões pendentes, como o desemprego, a pobreza persistente, a perversa distribuição da renda, a violência, a falta de uma política urbana e habitacional, o saneamento básico, as questões ambientais, a defesa da vida humana e da dignidade da pessoa. Para votar conscientemente, é necessário conhecer os candidatos e o que eles pensam sobre essas e outras coisas mais, e como pretendem enfrentá-las, se forem eleitos.
Voto não tem preço, mas tem conseqüências, por isso, não deve ser uma espécie de cheque em branco confiado a um desconhecido. É um ato de responsabilidade para com o Brasil. Por isso mesmo, a política tem uma dimensão ética e deve nortear-se por alguns critérios fundamentais, durante todo o processo eleitoral. É preciso avaliar partidos e candidatos, suas propostas, seu currículo e seu perfil ético. Contrariamente, poderíamos estar apoiando, com o voto, candidatos com propostas contrárias à nossa consciência, somente porque nos prometem alguma vantagem?
O ano eleitoral pode ser um período de intensa formação da consciência ética e cívica dos cidadãos; em especial, daqueles que participam da vida política, "para que atuem sempre a serviço da promoção integral da pessoa e do bem comum" A participação consciente e o interesse dos brasileiros nas questões do bem comum, através do voto, fará crescer e amadurecer a vida democrática do Brasil.
A esperança é que as muitas denúncias e escândalos de corrupção e mau uso do poder político, nesses últimos meses, tenham aceso um sinal de alerta na consciência dos cidadãos. Estes precisam ficar vigilantes para o cumprimento da lei 9.840, denunciando todas as formas de corrupção eleitoral, como a pressão indevida do poder econômico, a oferta de favores em troca do voto, ou a compra de votos. Fatos comprováveis de corrupção eleitoral devem ser levados logo ao conhecimento das autoridades. Chegou a hora do povo brasileiro, verdadeiro sujeito político deste País! É o momento de pronunciar, através do voto na urna, o julgamento sobre os rumos que o Brasil deve tomar.
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