SÃO PAULO (Reuters) - Primeiro de uma série de eventos do Dia do Trabalho a contar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ato organizado por centrais sindicais na manhã deste sábado em São Paulo tornou-se mais uma chance dele defender a pré-candidatura petista à Presidência e pedir votos para Dilma Rousseff.
Em sua primeira participação em comemorações do 1o de maio desde que assumiu a Presidência, em 2003, Lula disse não temer que a oposição o acuse de propaganda eleitoral antecipada.
"Alguns vão dizer agora que é (ato) político, porque eu vim. Mas nos sete que eu não vim e que os outros vieram não foi político. Não existe problema. Nós, com a mesma tranquilidade, vamos nos outros atos", discursou Lula na festa promovida pela Força Sindical, um dos quatro eventos do qual participará.
"Quando eu deixar a Presidência vou registrar em cartório tudo o que eu fiz. Eu quero que quem vier depois de mim, e vocês sabem quem eu quero, saiba que tem que fazer mais e tem que fazer melhor", disse, numa menção indireta à sua ex-ministra.
Por duas vezes, o Tribunal Superior Eleitoral multou Lula por propaganda antecipada pró-Dilma, em valores que somam 15 mil reais.
Ele também reiterou seu compromisso em segurar a inflação, poucos dias depois de o Banco Central ter elevado a taxa básica de juro da economia em 0,75 ponto percentual.
"Não pensem que por conta das eleições eu vou deixar o Brasil afundar. Não pensem. Eu aprendi minha seriedade... e não vou brincar. Porque a inflação neste país não volta mais. A irresponsabilidade fiscal não volta mais", disse.
Apesar da promessa com relação à responsabilidade fiscal, críticos do governo reclamam dos gastos públicos. Na sexta-feira, o Banco Central informou que o setor público consolidado teve o pior saldo primário num mês de março, na série histórica iniciada em 2002.
Discursando antes de Lula, Dilma elencou os sucessos do governo na economia e afirmou que "o que vem por ai é muito maior".
"O que vem por aí é mais riqueza... O que vem por ai é um Brasil cada vez melhor."
APOIO ESTATAL
O evento da Força Sindical teve patrocínio de estatais como Petrobras, Banco do Brasil Eletrobras e Caixa Econômica Federal. Para o presidente do sindicato, o deputado federal Paulinho da Força (PDT), não há indícios de favorecimento.
"Nós achamos normal o patrocínio. Eles (as estatais) sempre patrocinaram durante os 13 anos da festa", disse a jornalistas.
Ele estimou o patrocínio das estatais federais em 700 mil a 800 mil reais.
Em seu discurso, Paulinho defendeu Dilma e alfinetou o principal adversário da petista à sucessão, José Serra (PSDB).
"A imprensa já diz que estamos fazendo política. Nós deveríamos fazer mesmo. Nós convidamos o governador José Serra... (Ele) não veio porque não gosta dos trabalhadores", disse.
"Esse sujeito que não gosta de trabalhador não pode ser candidato", declarou Paulinho, que teve poucos seguidores ao tentar puxar o coro de "Olé, olé, olá, Dilma." Parte da Força Sindical pode optar em apoiar Serra, que participará de evento evangélico em Camboriú (SC) neste sábado.
Fonte: Bol Noticias
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