O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou nesta segunda-feira (3) que a Polícia Federal concluiu inquérito confirmando irregularidades em cinco obras da Petrobras, as quais tiveram um custo adicional de R$ 1,4 bilhão. Entre elas, está a Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), uma das obras que, por sugestão do Tribunal de Contas da União (TCU), deixariam de receber repasses da União, conforme decisão do Congresso Nacional vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de restabelecer o repasse dos recursos, o presidente Lula, de acordo com Alvaro Dias, foi a Araucária e "festejou com aqueles responsáveis pelo superfaturamento". O presidente, segundo o senador, "gosta de passar a mão na cabeça dos desonestos e sempre o faz até com certa irreverência e cinismo".
Agora, acrescenta Alvaro, a Polícia Federal inclui essa obra entre as que foram alvo de "acordos e manobras clandestinas". A área técnica da Polícia Federal, assinalou o senador, descobriu que as construtoras participaram indiretamente da elaboração dos editais, de maneira a restringir o número de concorrentes, e combinaram previamente o lance vencedor das concorrências.
Engrenagem criminosa
De acordo com Alvaro Dias, a operação dessa "engrenagem criminosa" para lesar e fraudar concorrências da área de óleo e gás da Petrobras, revelada pela Polícia Federal, demonstra por que o governo temia tanto a CPI da Petrobras. Evidencia também, conforme disse, a razão pela qual o presidente Lula comandou a estratégia de "abafa" dessa comissão, "processo que implicou um rolo compressor jamais visto, que impediu qualquer iniciativa de investigação".
Com base no que foi possível investigar, o senador afirmou que "é impossível encontrar, em qualquer empresa, em qualquer momento da gestão pública, uma seleção de irregularidades tão clamorosa quanto a que encontramos na atual gestão da Petrobras".
Campanha
Alvaro Dias considerou uma "combinação de improbidade administrativa com crime eleitoral" a comemoração do 1º de maio em São Paulo. O que deveria ser a festa do trabalhador, como observou o senador, acabou se transformando em campanha eleitoral em favor da pré-candidata governista Dilma Rousseff.
O senador citou os repasses feitos pelas empresas estatais às centrais sindicais e disse que a distribuição do dinheiro teve "objetivos eleitoreiros visíveis". Alvaro Dias afirmou que a "perfídia foi a tônica dos discursos num palco patrocinado por verbas públicas, num acinte à legislação eleitoral, num misto de desafio e escárnio ao ordenamento jurídico e ao Estado de Direito".
Da Redação / Agência do Senado
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