quarta-feira, 5 de maio de 2010

Beto e Osmar enfim juntos?

Emergem das catacumbas informações chocantes diante das quais só há duas posturas possíveis: acreditar ou não acreditar. Se perguntados a respeito, todos os personagens envolvidos na trama política que se vai descrever abaixo serão enfáticos na negação, principalmente se o destino do que falarem for a publicação no jornal. Logo, nesse momento em que não há fatos reais, mas apenas muita movimentação nos bastidores, deles só se pode esperar desmentidos. Ou não.


A trama em andamento a que boas fontes se referem consiste no seguinte: esgotadas as possibilidades da aliança do seu PDT com o PT, o senador Osmar Dias estaria sendo tentado a desistir da candidatura ao governo e a integrar-se à chapa de Beto Richa, na condição de candidato a senador. Faria par com o deputado tucano Gustavo Fruet na disputa pelas duas cadeiras do Senado.

As conversações estariam adiantadas. O empresário e ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, do DEM, seria um dos principais executivos para pôr esta ideia em pé. Anteontem, em Brasília, teria conversado com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente do PDT, para obter dele a “liberação” de Osmar Dias. Teria também conversado – igualmente com o conhecimento e aquiescência de Osmar – com o presidenciável José Serra.

O próprio João Elísio teria uma posição reservada para ele – a de suplente de senador, com grandes chances de exercer o mandato se se cumprir a última etapa desta armação. A última etapa é a eleição de Serra para a Presidência da República com o compromisso de nomear Osmar Dias ministro da Agricultura.

Pronto: fechou-se o círculo virtuoso almejado pelos estrategistas. Beto Richa, fortalecido com o apoio e participação de Osmar em sua chapa, teria como oponente apenas Orlando Pessuti, a quem espera derrotar com facilidade. Osmar garantiria a reeleição para o Senado e ganharia a chance de se tornar ministro. João Elísio, mesmo sem colocar seu nome na cédula, viraria senador. José Serra veria ainda mais reforçadas suas condições de impor grande diferença na votação sobre Dilma.

Essa turma ficaria muito feliz. Infeliz pode ficar, por exemplo, o ex-governador Roberto Requião que, tirando Osmar Dias, teria de disputar uma das vagas ao Senado com outros concorrentes fortes – Gleisi Hoffmann, do PT, que concentraria em sua campanha o apoio de Lula e de toda a estrutura montada para Dilma Rousseff; além, claro, de Gustavo Fruet, cuja candidatura tende a crescer no embalo da campanha Richa-Osmar. De fato, Requião passa a correr grande risco – sem falar que nos grotões onde se abastece de votos encontrará também outro candidato ao Senado, o deputado Ricardo Barros, do PP.

O governador Orlando Pessuti, embora tenha de enfrentar o poderio dessa pretensa montagem adversária, também teria motivos a comemorar. Ele será, na prática, o único e exclusivo sustentáculo do palanque de Dilma Rousseff no Paraná, caso o PT sepulte a tentativa de alguns de seus militantes mais aguerridos de lançar candidato próprio.

Tudo isso parece muito perfeito para ser verdade. Em todo o caso, é bom anotar as informações aqui relatadas para conferir depois. Por: Celso Nascimento Gazeta do Povo

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