sábado, 12 de março de 2011

Chuvas causam três mortes no litoral. Desabamentos isolam cidades

Chuvas causam três mortes no litoral. Desabamentos isolam cidades

Prefeito de Morretes faz apelo a governos federal e estadual. Richa convoca "gabinete de crise" para discutir ações

Foi confirmada pela Defesa Civil do Paraná a terceira morte em razão das chuvas que castigam o Litoral do Paraná. A vítima desta vez foi uma idosa moradora da comunidade rural de Floresta, em Morretes, que teve a casa invadida pela água, na sexta-feira (11), e morreu afogada. O prefeito de Morretes, Amilton de Paula, fez um apelo aos governos estadual e federal para que liberem recursos para a reconstrução do município. Os prejuízos com estrutura de estradas, pontes, escolas e postos de saúde devem ser de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões diz o prefeito.
Mortes em Antonina

Doações

A prefeitura de Curitiba e o Governo do Paraná criaram campanhas para arrecadar donativos aos moradores do Litoral afetados pelas chuvas.

O que doar: Serão arrecadados cobertores, colchonetes, roupas e, principalmente, água mineral.

Onde: supermercados da Rede Big e Mercadorama, pontos de coleta do Provopar, postos do Corpo de Bombeiros e Fundação de Ação Social (Rua Eduardo Sprada, 4.520, Campo Comprido) - o plantão neste domingo será das 8 às 17 horas.

*Doações de colchões: barracão da Defesa Civil, Rua Sergipe, 1.712, Vila Guaíra, Curitiba.

Informações: (41) 3350-2607.

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Especialistas apontam semelhanças entre o Litoral do PR e a região serrana do Rio

O desastre natural ocorrido na região de Morretes e Antonina, no litoral paranaense, nos últimos dias, é semelhante à tragédia registrada em janeiro passado na região serrana do Rio de Janeiro. A formação geológica da área em que foi registrado o maior desastre natural do país, no começo do ano, tem as mesmas características da região atingida aqui no Paraná – as duas localidades fazem parte da mesma Serra do Mar

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Previsão do Tempo

De acordo com o Simepar, ainda há previsão de chuva fraca para o litoral paranaense até segunda-feira. A partir de terça-feira a tendência é de que o tempo fique firme na região.

Relatório da Defesa Civil  boletim das 18h

PARANÁ:

Total de pessoas afetas  21.128
Residências danificadas 6588
Desabrigados 706
Desalojados  8.090

ANTONINA:
Residências danificadas: 08
Desalojados: 10
Desabrigadas: 08 (Segundo informações dos Bombeiros, o número já está em 140)

MORRETES:
Residências danificadas: 2.450
Desalojados: 8000
Desabrigados: 680

PARANAGUÁ:
Residências danificadas: 30
Desabrigados: 10

Ferrovia está interditada

Com as fortes chuvas que atingiram o litoral, os trens que fazem a ligação do Porto de Paranaguá com o restante do estado pararam de operar na sexta-feira perto do meio-dia.
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Informações das estradas

Como a linha de emergência 191 está congestionada, a melhor forma para acompanhar a atualização das estradas é pelo serviço da PRF e da Ecovia pelo Twitter.

PRF: @PRF191PR
ECOVIA: @ecovia

Fornecimento de luz e água
Rodovias continuam interditadas
Confira os caminhos alternativos para saída do litoral

Entre as localidades mais afetadas estão, além de Floresta, os bairros Mundo Novo, Saquarema, Sambaqui, Morro Alto e Rio Sagrado. Segundo o prefeito de Morretes, a prioridade no momento é para socorrer as pessoas que ainda estão ilhadas e procurar pelos desaparecidos. Nossa luta é para atender as necessidades básicas da população e para isso contamos com a solidariedade da população de outras cidades com a doação de cobertores, colchões, cestas básicas, roupas, agasalhos e qualquer tipo de mantimento, pede Amilton de Paula.

Sobre a expectativa para a reconstrução do município, o prefeito disse que não há um prazo estimado já que Morretes não possui recursos financeiros para arcar sozinho com todo o prejuízo. “Não temos expectativa de reconstrução com recursos próprios porque os estragos foram muito grandes. Desde já faço um apelo ao governador Beto Richa e à presidenta Dilma Rousseff que nos ajudem na reconstrução de nossa cidade”.

A terceira morte no estado e primeira em Morretes ocorreu na comunidade de Floresta na sexta-feira (11), mas só foi confirmada pela Defesa Civil na tarde deste sábado (12). As outras duas mortes ocorreram após um soterramento em Antonina. A vítima de Morretes seria uma idosa, Maria Souza Lopes, que morreu afogada dentro de casa depois que a enxurrada invadiu sua residência. De acordo com a coordenadora da Defesa Civil no município, Elaine do Rocio, a região de Floresta foi destruída. “Não existem mais casas no local, foi tudo destruído”, conta Elaine.

Assim como Paranaguá, Morretes já havia decretado situação de emergência na sexta-feira. Segundo o prefeito, após as avaliações da Defesa Civil pode ser decretado estado de calamidade pública nos próximos dias.

Mortes em Antonina
Duas pessoas morreram soterradas depois que um deslizamento de terra provocou o desabamento de casas em Antonina nesta sexta-feira (11), segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Morretes e Antonina, tenente Taylor Machado. Segundo o último boletim da Defesa Civil Estadual, o número de afetados pela chuva nas cidades do Litoral do Paraná chega a 21.268 pessoas. A chuva danificou 6.588 residências, deixou 8.090 desalojados e 706 desabrigados. Os bombeiros ainda realizam buscas por pessoas que estariam desaparecidas em Morretes.

Além da chuva de sexta-feira, houve um segundo evento na madrugada de sábado que afetou o município. Casas ficaram com água até o telhado, bombeiros perderam viaturas e muitas casas foram destruídas, explica Machado. Ele contou que postes de iluminação e casas foram completamente arrastados pela enxurrada.

O Colégio Estadual Rocha Pombo, que fica no Centro de Morretes, chegou a abrigar mais de 600 pessoas, mas pouco mais de 30 continuavam no local às 15h, depois que a chuva parou.

O serviço de telefonia fixa só começou a ser normalizado no município por volta das 14h30, assim como o abastecimento de água e a energia elétrica. Segundo o tenente, o serviço de telefonia celular continuava inoperante até a tarde deste sábado.

Rodovias continuam totalmente interditadas


A rodovia BR-277 deve ter meia pista liberada a partir do meio-dia deste domingo, segundo previsão da Ecovia. Na noite deste sábado o tráfego já estava parcialmente liberado no sentido Morretes-Curitiba, mas apenas neste sentido. Mesmo com a liberação parcial, a recomendação é para que as pessoas não peguem a estrada em direção a essa região. Só devem ser liberados os veículos e caminhões que já estavam na estrada.

Com a trégua dada pela chuva na tarde deste sábado, as equipes conseguiram fazer a limpeza dos trechos mais complicados para que a rodovia fosse aberta de forma provisória. Ainda existe a possibilidade da rodovia ser fechada caso as condições climáticas voltem a piorar.

As equipes continuam trabalhando nem nos quatro pontos mais críticos na BR 277, nos quilômetros 13, onde o asfalto cedeu, 18 e 24 onde houve queda de ponte e no 26 que está com a cabeceira comprometida
.
A cidade de Antonina está totalmente ilhada. Quem está em Matinhos e Pontal do Sul consegue chegar a Paranaguá, mas os alagamentos e quedas de barreiras nas PR 508 e 407 interromperam o tráfego para Curitiba. Entrar em Morrentes também não é possível para quem vem de Curitiba devido a alagamentos próximos ao km 29, entrada da cidade.

A Serra da Graciosa foi liberada, de acordo com a Ecovia, mas com quedas de barreiras constantes, a estrada pode ser fechada novamente.

A BR-376, que liga Curitiba a Santa Catarina, continua interditada e não há previsão para liberação da estrada. Durante, a tarde deste sábado, o tráfego flui em uma faixa em cada pista entre o km 669 e o km 672 por causa de oito pontos com queda de barreira. Equipes da Autopista,

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Possíveis desvios

A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no km 113 (região de Itajaí), acessar a BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.

Quem estiver em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o km 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (km 113).
Chove em todo o trecho da BR-376 e ainda não há previsão para a liberação total da rodovia. A concessionária e PRF orienta para que os motoristas evitem utilizar a rodovia, porque ainda há restrição ao tráfego, e sigam por caminhos alternativos.

Na rota alternativa para quem vai ao litoral de Santa Catarina, passando pela Serra Dona Francisca, o congestionamento de 30 quilômetros que começou na tarde de sexta continua. A PRF diz que o tráfego está fluindo com bastante lentidão em função do grande número de veículos. A viagem demora em torno de 12 horas.

(Colaboraram com a matéria: Danielle Brito, Vitor Geron, Isadora Rupp, Paola Carriel, Pollianna Milan, Rosana Felix, Aniela Almeida, Gladson Angeli e Juliana Gonçalves, especial para a Gazeta do Povo)

Fonte: Gazeta do Povo

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