segunda-feira, 28 de março de 2011

HC deverá reduzir transplantes

Hospital não poderá renovar contratos com oito médicos e 31 enfermeiros que terminam em abril, o que aumentará a fila de pessoas que aguardam uma medula óssea. A fila de 176 pacientes que precisam realizar transplantes de medula óssea no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, pode aumentar no mês que vem. Em abril, vence o contrato com 31 enfermeiros e oito médicos temporários contratados em 2009. Como o Ministério Público Federal venceu uma ação judicial determinando a realização de uma seleção para a contratação de profissionais terceirizados, os contratos com esses trabalhadores não deverão ser renovados.


De acordo com o coordenador do Centro de Transplante de Medula Óssea do HC, o médico José Zanis Neto, sem esses profissionais a situação ficará crítica. “Realizamos 134 transplantes no ano passado, um recorde histórico. Poucos hospitais no mundo têm uma produtividade tão alta. Sem a renovação do contrato, teremos que praticamente fechar a unidade, reduzir muito o número de transplantes”. Atualmente, trabalham na unidade 15 médicos e 54 enfermeiros, além de psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas. Até março deste ano, foram feitos 40 transplantes. Antes da contratação dos terceirizados, a média anual era de 50 a 60 transplantes.

 Segundo enfermeiros terceirizados, que pediram para não ter suas identidades reveladas, havia a certeza de que os contratos seriam prorrogados. “Estamos trabalhando com capacidade total, com os 25 leitos de transplante. Se não renovarem os contratos, a situação poderá se tornar catastrófica para a população”, afirma uma das profissionais de saúde.

Além da fila de pacientes, outro problema grave, de acordo com os enfermeiros, é o atendimento ambulatorial subsequente ao procedimento cirúrgico. “São dois anos de cuidados. Na situação atual, mesmo que não exista filas, aquelas pessoas que foram operadas no ano passado ficaram sem assistência, correndo risco de morrer”, diz uma enfermeira. “A pior situação enfrentada por mim nos últimos dias foi ver o desespero de pacientes, de pais e de mães que, após uma busca angustiante por um doador, recebem uma ligação informando que infelizmente o transplante não acontecerá por falta de pessoal.”

O HC é o único hospital credenciado no Paraná para realizar transplantes de medula óssea. Segundo a assessoria de imprensa do HC, a Universidade Federal do Paraná, instituição mantenedora do hospital, está em contato com os Ministérios da Educação e do Planejamento. Eles solicitaram a manutenção do serviço e aguardam uma resposta positiva para o início da próxima semana.

Novas células - Saiba mais sobre o transplante de medula óssea:

O que é? Tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, entre elas mieloma múltiplo, anemia aplásica severa, linfomas e alguns tipos de leucemia. O tratamento consiste na substituição de uma medula óssea doente por células normais de medula óssea. Essas células podem vir do próprio paciente (após ele ser submetido a tratamento), de um doador compatível ou do sangue de um cordão umbilical.

Compatibilidade - A probabilidade de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (de mesmo pai e mesma mãe) é de 25%. Já entre o pai ou a mãe, a chance é inferior a 5%. Quando não há um doador na família, a solução é procurar um compatível entre os grupos étnicos semelhantes nos bancos de medula óssea no Brasil e no exterior.

Seja um doador - Para se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), o candidato a doador deve procurar o hemocentro mais próximo de sua casa para agendar uma entrevista e a coleta de uma amostra de sangue para tipagem. É preciso ter entre 18 e 55 anos e gozar de boa saúde. Para mais informações, acesse o site do Instituto Nacional do Câncer, no endereço http://www.inca.gov.br/.

Fonte: Inca

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